Investimento pode ser tornar um debate recorrente entre os jovens. Em uma realidade de crise financeira e instabilidade econômica, pais passam a alertar seus filhos sobre a importância do controle de seu dinheiro. Porém, mais do que poupar, é possível também aplicar e garantir lucros. Entenda.
Se você está com um dinheiro guardado na conta e não sabe o que fazer, fique atento. Apesar do mercado de investimentos parecer coisa de “gente grande”, é possível iniciar suas aplicações ainda na adolescência.
Bruna Cordeiro, consultora financeira e Representante de Parcerias e Novos Negócios da fintech Tô Ricco, nos concedeu uma entrevista exclusiva explicando como um jovem pode passar a investir. Abaixo, acompanhe todas as dicas da especialista.
Posso investir sendo jovem?
Quanto antes começar melhor, existem investimentos disponíveis no mercado a partir de R$30,00 a R$100,00, com pouco já dá pra começar.
O ideal, sabendo a sua idade, é procurar um banco ou corretora e entender qual o tipo de conta que você pode abrir (conta de menor de idade, conta universitária ou conta normal) e a partir daí entender quais produtos de investimentos estão disponíveis para você.
Normalmente são produtos de menor risco e mais conservadores como Tesouro Direto e Renda Fixa: CDB, LCI, LCA, LC. Os produtos de renda variável também ficam disponíveis, mas por serem produtos de maior risco é importante pesquisar bastante antes de entrar.
Mas não esqueça de estudar sobre o produto antes de investir mesmo se for renda fixa.
Qual é a melhor maneira de investir?
Na prática você precisará abrir uma conta em corretora ou em um banco e depois disso temos algumas boas práticas para que você invista a cada dia melhor:
- Entenda sobre o produto que você quer investir, conhecimento faz a diferença;
- Comece aos poucos, mas comece;
- Tenha constância, o hábito tem poder então tente investir todos os meses;
- Tenha paciência, a ansiedade é um inimigo dos investidores;
- Faça um planejamento, saber a direção a seguir vale mais que velocidade;
- Controle suas finanças, fazendo suas anotações de entradas e saídas;
- Faça bons investimentos, mas não só financeiros… invista na sua educação e no seu crescimento pessoal.
Devo me preocupar mais com as perdas temporárias (volatilidade) ou com mudanças permanentes no meu padrão de vida (ser forçado a viver com menos)?
Com os dois, sobre a volatilidade, este é um termo comum no mundo dos investimentos nada mais é que a medição da oscilação, dos altos e baixos de retorno de produtos de investimento. A volatilidade é medida olhando o histórico de rentabilidade passada, coisa que não garante o futuro, mas apresenta para nós um perfil de comportamento.
Olhar a volatilidade ajuda na hora de decidir a entrar, continuar ou sair da aplicação, mas não é somente esse ponto que deve ser analisado para tomar esse tipo de decisão.
E referente a uma diminuição na renda, é algo sim para se preocupar, na verdade é algo para se planejar. Entra na questão da reserva de emergência que falamos acima, uma mudança no padrão de vida pode acontecer com qualquer pessoa, a qualquer momento, então esteja um passo à frente.
Como investir de uma forma que me traga maiores probabilidades de obter altos retornos ao longo do tempo?
Investir de forma inteligente é estar atualizado sobre os movimentos do mercado, dos impactos políticos e econômicos e claro fazendo investimentos que sejam o seu perfil.
Mas primordial é assim que possível faça a diversificação dos seus investimentos, já ouviu a expressão “não colocar todos os ovos na mesma cesta”, acontece o mesmo no mundo dos investimentos, pois se uma modalidade de aplicação vai mal, outra estará indo bem e no final da conta você pode ter saldos positivos.
Diversificação, conhecimento e tempo são a chave do sucesso para quem quer alcançar bons retornos.
Não trabalho, devo pensar em aposentadoria?
Minha resposta é sim, os jovens em sua grande maioria olham muito pro presente e para um futuro não tão distante e acabam esquecendo da época da aposentadoria.
Acho que a construção da ideia é muito simples, claro que tudo depende de pessoa para pessoa, mas normalmente ocorre da seguinte forma:
De 16 a 29 anos – É a fase de construção da carreira, de viver experiências, de ser um pouco mais ousado, destemido. É o momento onde estamos nos dedicando mais aos estudos e os valores destinados a investir podem não ser muito altos.
Dos 30 aos 45 anos – É para muitos uma fase de mais estabilidade financeira, emocional e profissional. Normalmente é quando ocorre um aumento da renda e as despesas acompanham esse crescimento, assim como normalmente as pessoas assumem mais riscos para buscar maiores retornos.
De 46 a 50 anos – Vem para alguns a consolidação da carreira, os investimentos ficam menos arrojados e normalmente é o momento em que começaremos a pensar em parar de trabalhar ou diminuir o ritmo.
A questão é: você vai deixar para pensar em se aposentar com 50 anos, ou já vai começar a se planejar desde agora? Quanto mais cedo você começar a colocar essa ideia em prática, mais cedo você irá colher os frutos.
Se você começar a pensar e construir sua aposentadoria com 20 anos e usufruir com 50 anos, são 30 anos que se você guardou e teve rentabilidade, ao invés de deixar pra pensar nisso quando já estiver na hora de aposentar, use o tempo a seu favor.
E não deixe a sua aposentadoria somente na mão dos governos, ler e entender sobre nosso sistema de previdência social, fará com que você saiba mais sobre a importância da aposentadoria na sua vida.
Quando uma aposentadoria privada é benéfica?
Quando você busca investimentos de longo prazo. Dentro da previdência existem duas modalidades: o VGBL e PGBL, a escolha depende do seu perfil de investidor, sua faixa salarial e sua declaração de Imposto de Renda.
A declaração de IR e a faixa salarial são importantes porque ambos poderão te ajudar a pagar menos impostos.
Além disso, os fundos de previdência possibilitam que você troque de modalidade de fundos sem a necessidade de fazer resgate.
Dessa forma você pode ir adaptando sua aplicação conforme o mercado e o seu perfil de investidor, que pode ir mudando durante os anos, evitando assim pagar imposto de renda apenas por querer trocar a modalidade de aplicação.