Dólar termina semana abaixo de R$ 5 e alcança menor valor em dois anos; o que justifica?

Na última sexta-feira (25), o dólar recuou pela oitava sessão seguida. A moeda norte-americana encerrou em queda de 1,77%, cotada a R$ 4,747. Durante a sessão, o valor chegou a R$ 4,744. Este foi o menor nível de fechamento desde 11 de março de 2020.

Dólar termina semana abaixo de R$ 5 e alcança menor valor em dois anos; o que justifica?
Dólar termina semana abaixo de R$ 5 e alcança menor valor em dois anos; o que justifica? (Imagem: Montagem/FDR)

Com o desempenho recente, a moeda norte-americana registrou a décima semana de perdas em 2022. Isso ainda marca o real como a moeda com maior ganho acumulado anual.

O dólar apresentou desvalorização semanal de 5,38%. Das 12 semanas de negociação completas em 2022, esta foi a décima. Além disso, a moeda estrangeira registrou a quarta semana seguida de recuo semanal.

No acumulado mensal, a moeda norte-americana apresenta desvalorização de quase 8%. Já neste ano, o recuo em comparação ao real chega a quase 15%.

O que justifica a queda recente do dólar

Apesar das incertezas futuras, existe uma visão de que o cenário tem sido menos volátil. Em relatório, os analistas do Bradesco BBI explicam que, possivelmente, estão desempenhando papel:

Ao considerar a frente fiscal, nas últimas semanas, o governo federal não vem comentando sobre grandes subsídios ou interferência nos valores da Petrobras — para reduzir o preço dos combustíveis nos postos.

Outro ponto é, recentemente, que a Bolsa de Valores brasileira está em patamares baratos historicamente. Os analistas do BBI alegam que, é possível considerar que o fluxo de capital de ações foi importante na valorização do real ante o dólar.

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O aumento de commodities, desenvolvidos em larga escala no Brasil, ajuda fechar no positivo a balança comercial brasileira.

Na pauta eleitoral, não existe estimativas de alterações futuras. Os líderes de pesquisas, Luiz Inácio Lula da Silva e Jair Bolsonaro, já são conhecidos pelo mercado.

Nos Estados Unidos, os valores de empresas diversas foram observados como exagerados. Isso ocorreu, especialmente, no setor tecnológico. Em grande parte, as companhias deste segmento são avaliadas pela capacidade de crescimento.

Diante da proximidade da elevação da taxa de juros norte-americana, há a visão de que essas companhias terão menos crescimento. Isso porque o ciclo de aumento tem sido aplicado para conter a economia bastante aquecida.

Por fim, os especialistas indicam que, atualmente, a taxa de juros do Brasil está bastante elevada — em relação a outras nações —, de modo a atrair fluxos via ‘carry-trades’.

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Silvio SuehiroSilvio Suehiro
Silvio Suehiro possui formação em Comunicação Social - Jornalismo pela Universidade de Mogi das Cruzes (UMC). Atualmente, dedica-se à produção de textos para as áreas de economia, finanças e investimentos.
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