Apesar de todos os esforços empregados na segurança do setor financeiro, ele ainda faz parte dos principais alvos de ciberataques no Brasil, aparecendo logo depois de órgãos do governo e indústrias, que lideram o ranking. Em 2021, as ocorrências envolvendo bancos cresceram 141%, ante o ano anterior.
Os dados são referentes a eventos criminosos na internet executados por ransomware, uma espécie de aplicativo malicioso que contamina o sistema, rouba arquivos e, logo depois, atua de maneira a impedir que as vítimas, que são os reais e legais detentores dos arquivos e informações, consigam acessá-las. Isto configura um “seqüestro” de dados.
“Os prejuízos decorrentes desses ataques prejudicam tanto o consumidor final quanto as instituições”, explicou ao Valor Investe Sandro Süffert, CEO da Apura, empresa de segurança na internet, que revelou os números.
Como forma de conseguir recuperar o acesso aos seus dados, as vítimas são obrigadas a pagar valores que variam de poucas centenas até dezenas de milhões de dólares. Surgiu ainda, além disso, uma técnica que é conhecida como ataque de dupla extorsão, onde os criminosos ameaçam publicar os dados roubados em sites da dark web, se a vítima não pagar o que foi pedido.
Os operadores de ransomware geralmente tem o foco voltado para empresas em países ricos e também de países mais pobres, indo desde grandes corporações multimilionárias, em setores variados, como até mesmo clínicas e hospitais.
Principais alvos dos ciberataques (ramsomware)
Governo | 17,40% |
Indústria | 17,40% |
saúde | 13% |
engenharia e arquitetura | 8,70% |
tecnologia | 6,50% |
atacado/varejo | 6,50% |
Serviços | 6,50% |
alimentos/bebidas | 6,50% |
energia | 4,30% |
financeiro | 4,30% |
Golpes financeiros mais comuns
Uma pesquisa realizada pela Febraban (Federação Brasileira dos Bancos) revelou que 22% dos entrevistados já foram vítimas de algum dos golpes financeiros. No mês de setembro de 2021, a quantidade estava em 21%. Grande parte das vítimas são pessoas com mais de 60 anos, respondendo por cerca de 30% do total, revelou a pesquisa.
Apontado por 48% das vítimas, o golpe mais comum era a “clonagem do cartão de crédito”. Neste golpe, os criminosos utilizam dados de um cartão existente para efetuar compras pela internet, ou a troca cartões.
Porém, é expressivo o crescimento do golpe da falsa central de atendimento, apontado pelo levantamento. Neste golpe, os criminosos fingem ser funcionários de uma central de atendimentos e solicitam os dados da vítima pelo telefone para que possam utilizá-los em outras transações fraudulentas.