Nesta quarta-feira (16), o Federal Reserve (Fed, o Banco Central dos EUA) aumentou a taxa de juros do país em 0,25 ponto percentual, para o nível de 0,25% a 0,50%. Este foi o primeiro reajuste nos juros dos Estados Unidos desde dezembro de 2018.
Segundo o Federal Reserve, até o final deste ano, as taxas de juros devem chegar a um intervalo entre 1,75% e 2%. Ou seja, caso a previsão se confirme, poderia haver um reajuste de 0,25 ponto percentual a cada reunião a ser realizada em 2022.
Em comunicado, o Comitê de Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês), reforça que a inflação continua alta no país, “refletindo os desequilíbrios de oferta e demanda relacionados à pandemia, os preços mais altos de energia e as pressões mais amplas sobre os preços”.
O Comitê alega que a invasão da Ucrânia vem provocando grandes dificuldades humanas e econômicas. O Fomc alega que as implicações para a economia norte-americana são muito incertas.
Apesar disso, “no curto prazo, a invasão e os eventos relacionados provavelmente criarão uma pressão adicional na inflação e pesarão na atividade econômica”.
Aumento na taxa de juros nos EUA visa controlar inflação persistente no país
Ao aumentar a taxa de juros, o Federal Reserve busca controlar a inflação persistente nos Estados Unidos. Em fevereiro, a inflação norte-americana chegou a registrar um novo recorde. Isso aconteceu após a alta no preço da gasolina — diante da guerra entre a Rússia e Ucrânia.
No acumulado dos últimos 12 meses até fevereiro, a inflação chegou a 7,9%. Este foi o maior patamar desde janeiro de 1982. Em relação ao mês anterior, o indicador registrou alta de 0,8%. O valor da gasolina representa quase um terço deste resultado, com elevação de 6,6% em comparação a janeiro.
Ao aumentar as taxas básicas, os bancos comerciais tendem a cobrar maiores taxas aos clientes — para a tomada de crédito para moradias, eletrodomésticos, carros, ou investimentos para empresas. Como resultado, o consumo é afetado e, consequentemente, a pressão sobre os preços tende a aliviar.
O colegiado atualizou para 4,3% a estimativa de inflação para os EUA neste ano. Há o objetivo de alcançar, no longo prazo, o objetivo de uma inflação de 2%.