Dia do Consumidor 2022: como a data é vista pelo comércio? Presidente da Apesce responde ao FDR

Dia do Consumidor agita os centros de compras de todo o país. Nesta terça-feira (15), celebrasse o dia nacional consumidor. A data tem como finalidade estimular o comércio e também levantar debates sobre os direitos de compra e venda. Diversos shoppings aderiram campanhas que deverão impactar na economia nacional. Confira.

O Dia do Consumidor é celebrado anualmente e se caracteriza pelas campanhas promocionais. Diversos lojistas aproveitam a data para estimular suas vendas, lançando descontos e ações que são atrativas para a população.

Abaixo, confira uma entrevista exclusiva com o Presidente da Associação Pernambucana de Shopping Centers (Apesce), José Luiz Muniz, que fala sobre as projeções de venda e recuperação econômica em 2022.

Qual a importância do Dia do Consumidor para os centros de compras?

Esta data vem crescendo nos últimos anos e tem uma importância especial por valorizar o nosso principal ativo, que é o consumidor. Do ponto de vista comercial, a concentração de ações em um dia ou até em uma semana tende a concentrar as promoções, ou seja, passa a ter um foco no período.

De modo geral, os lojistas aderem a data festiva com facilidade?

O lojista adere na medida em que percebe um movimento, seja local ou nacional, valorizando aquela data promocional. No caso dos shoppings, a adesão tem sido crescente, tendo este ano maior divulgação dos próprios shoppings através de várias mídias.

Você acredita que o Dia do Consumidor pode se tornar uma espécie de Black Friday no primeiro semestre do ano?

Para o varejo, a criação de uma data forte depende de muitos fatores. No primeiro trimestre do ano, havia uma lacuna de uma data comercial forte e é grande a possibilidade de termos um período promocional que venha a se consolidar. Para isso, precisamos juntar disponibilidade de produtos com ofertas atraentes, divulgação e estímulo do consumidor para comprar. A construção de uma data forte envolve vários elementos, mas existe esta possibilidade.

Quais são os cuidados que os shoppings tomam para evitar problemas com promoções?

O mais importante em qualquer promoção é a credibilidade, ou seja, produtos com descontos. Os demais cuidados são os mesmos da operação do dia a dia, de atenção a todo o processo de venda, em cumprimento às regras do mercado.

A Apesce segue algum protocolo para determinar os descontos ou o lojista tem liberdade para definir suas campanhas?

O papel da Apesce é de articulação e viabilização de ações conjuntas, salvo quando é uma ação de sua iniciativa, como já ocorreu outras vezes. Em geral, cada shopping define junto aos lojistas o formato da campanha.

Em caso de violação aos direitos do consumidor, como a Apesce orienta os lojistas para a resolução do caso?

O respeito aos direitos do consumidor deve ser a premissa básica do lojista, lembrando que existem regras claras no mercado, através do Código de Defesa do consumidor. Os shoppings são atuantes e vigilantes para que tudo transcorra dentro das normas. Mas a responsabilidade é de cada lojista.

Como está o movimento dos shoppings após a crise do novo coronavírus?

Desde o meio do ano passado, o fluxo de clientes e as vendas passaram a crescer mês a mês, resultado da confiança do consumidor e do empresário do comércio por ter vacina disponível e redução de casos da Covid. Houve crescimento em 2021, comparado a 2020, mas esperamos que este ano seja de uma retomada sustentável, apesar das dificuldades econômicas do momento.

Quais são as expectativas de venda para 2022?

Não traçamos, ainda, as metas para 2022 por estarmos, ainda, com algumas restrições no plano de convivência do governo e com um cenário econômico oscilante, com inflação por causas diversas. Mas a expectativa é positiva de igualar o desempenho de 2019, o último ano antes da pandemia.

Houve alguma mudança no comportamento dos consumidores, após a pandemia? Quais?

Basicamente, ainda há grande parcela das pessoas com os cuidados com a saúde. Mas com a vacinação, há confiança e interesse na volta de algumas atividades e comportamentos, como eventos, inclusive nos shoppings, cinema, teatro, alimentação, entre outros, sem restrições, mas com os cuidados. Os shoppings mantem as suas medidas de distanciamento e higienização para manter a segurança para todos.

Atualmente, as vendas online estão afetando o fluxo de compras nos shoppings?

As vendas online são uma realidade e vários shoppings possuem as suas plataformas de vendas. Mas o consumidor brasileiro gosta do contato, de ver de perto um produto, de interagir. O e-commerce é um complemento dentro da nossa engrenagem de entretenimento, lazer e vendas. Estamos formatando o negócio shopping center para crescer, evoluir e se transformar tendo um ambiente convidativo ao convívio. O online deve ser uma alternativa para alguns momentos e algumas necessidades, mas não substitui a ida ao shopping.

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Eduarda Andrade
Mestre em ciências da linguagem pela Universidade Católica de Pernambuco, formada em Jornalismo na mesma instituição. Atualmente se divide entre a edição do Portal FDR e a sala de aula. - Como jornalista, trabalha com foco na produção e edição de notícias relacionadas às políticas públicas sociais. Começou no FDR há três anos, ainda durante a graduação, no papel de redatora. Com o passar dos anos, foi se qualificando de modo que chegasse à edição. Atualmente é também responsável pela produção de entrevistas exclusivas que objetivam esclarecer dúvidas sobre direitos e benefícios do povo brasileiro. - Além do FDR, já trabalhou como coordenadora em assessoria de comunicação e também como assessora. Na sua cartela de clientes estavam marcas como o Grupo Pão de Açúcar, Assaí, Heineken, Colégio Motivo, shoppings da Região Metropolitana do Recife, entre outros. Possuí experiência em assessoria pública, sendo estagiária da Agência de Desenvolvimento Econômico do Estado de Pernambuco durante um ano. Foi repórter do jornal Diário de Pernambuco e passou por demais estágios trabalhando com redes sociais, cobertura de eventos e mais. - Na universidade, desenvolve pesquisas conectadas às temáticas sociais. No mestrado, trabalhou com a Análise Crítica do Discurso observando o funcionamento do parque urbano tecnológico Porto Digital enquanto uma política pública social no Bairro do Recife (PE). Atualmente compõe o corpo docente da Faculdade Santa Helena e dedica-se aos estudos da ACD juntamente com o grupo Center Of Discourse, fundado pelo professor Teun Van Dijk.