Pior da inflação ainda não chegou: confira expectativas do Banco Central

Na última semana, Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central, disse que o pico da inflação deve acontecer entre os meses de abril e maio, com uma queda posterior “um pouco mais rápida”.

A projeção, segundo ele, era que o pico da inflação fosse atingido entre os meses de dezembro do ano passado ou janeiro de 2022, porém, a quebra da safra e o preço do barril do petróleo adiaram a previsão para o futuro.

“A gente tinha uma percepção que ia ver o pico de inflação perto de dezembro, janeiro. Aí a gente viu uma quebra de safra, que não é pouco relevante, e a gente estava vendo o petróleo indo pra 60 (preço do barril, em dólar), de novo ele voltou indo pra cima de 90”, disse Campos Neto em um evento realizado pela Esfera Brasil, organização que promove debates relacionados a área de empreendedorismo.

“Isso gerou uma quebra de percepção em relação ao que era o pico. A gente imagina hoje uma coisa entre abril e maio, e depois vai ter uma queda da inflação um pouco mais rápida”, completou Roberto.

No último ano, o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), fechou em 10,06%, de acordo com informações do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). A inflação não ultrapassava os 10% desde 201.

Já em janeiro deste ano, o IPCA ficou em 0,54%, após ter atingido os 0,73% em dezembro. Mesmo com esta pequena queda no mês passado, este foi o maior patamar para o mês desde 2016 (1,27%), segundo dados do IBGE.

O crescimento da inflação tem feito com que o Banco Central eleve a taxa de juros. Neste mês, o Copom (Comitê de Política Monetária) do BC, decidiu subir a taxa Selic de 9,25% ao ano para 10,75% ao ano.

Este foi o oitavo aumento seguido na Selic. Por conta disso, a taxa voltou a atingir os dois dígitos pela primeira vez em quatro anos e meio. A última vez que a Selic esteve neste patamar foi em julho de 2017, quando era de 10,25% ao ano. Em março acontecerá uma nova reunião do Copom.

“O Brasil saiu na frente no aumento de juros, e a gente vem defendendo essa tese que estamos acompanhando de perto e que vamos usar todos os instrumentos disponíveis pra trazer pra meta”, disse Neto.

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Paulo Amorim
Paulo Henrique Oliveira é formado em Jornalismo pela Universidade Mogi das Cruzes e em Rádio e TV pela Universidade Bandeirante de São Paulo. Atua como redator do portal FDR, onde já cumula vasta experiência e pesquisas, produzindo matérias sobre economia, finanças e investimentos.