Ações da NotreDame Intermédica (GNDI3) dão adeus à bolsa; confira motivo

Sexta-feira passada (11) foi o último dia de negociações das ações da Notredame Intermédica (GNDI3) na B3. Isso acontece por conta da combinação de negócios à Hapvida (HAPV3). Com isso, a partir desta segunda-feira (14), os papéis das companhias passam a ser negociados pelo código HAPV3.

Segundo definido entre as partes, os acionistas da GNDI3 receberão 5,2436 ações HAPV3 por cada papel da NotreDame. Isso acontecerá nesta quarta-feira (16).

Além disso, esses investidores terão direito a uma parcela-caixa de R$ 5,126 por ação. Este pagamento será feito em 29 de março. Nessa mesma data, serão pagos os dividendos extraordinários, de R$ 1,613 por ação, anunciados pela Intermédica em janeiro.

A proporção para conversão de papéis, de R$ 5,2436, está conforme o valor de R$ 65,5 para a ação GNDI3 — incluindo a parcela-caixa e o dividendo extraordinário.

O valor obtido está próximo ao valor de encerramento em 20 de janeiro, quando houve a assinatura dos termos. Na ocasião o papel era cotado a R$ 65,29.

Para a Intermédica, os termos finais da transação implicam um preço total de R$ 40,3 bilhões. Esse valor está muito abaixo dos R$ 60 bilhões estipulados anteriormente.

Em fevereiro do ano passado, aconteceu o anúncio da união entre a NotreDame Intermédica e a Hapvida. Já em dezembro, houve a aprovação, sem ressalvas, por parte do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).

Combinação entre NotreDame Intermédica e Hapvida poderá ter sinergia bilionária

Em até três anos, as companhas estimam que a fusão poderá gerar até R$ 1,38 bilhão ao novo grupo. Deste total, aproximadamente R$ 800 milhões viriam da combinação de negócios — o que representa 58%.

Outros R$ 300 milhões (24%) seriam da economia de custos com a sinistralidade. Os R$ 250 milhões restantes (18%) viriam da redução das despesas de vendas, administrativas ou gerais.

Até o fim deste ano, as companhias estimam obter aproximadamente 40% das sinergias operacionais. Outros 30% seriam em 2023, e os 30% restantes até o fim de 2024.

Essa conta não abrange os custos com fusão — previstos de R$ 100 milhões a R$ 150 milhões. Desse modo, a fusão teria um saldo de R$ 1,28 bilhão a R$ 1,23 bilhão.

Por meio dessa união, em relação aos gastos, o novo grupo ressalta a diminuição de custos médico-hospitalares decorrentes das áreas de suprimentos e centralização da cadeia de suprimentos.

Também foram destacadas a renegociação e otimização dos contratos existentes, investimentos para incremento de verticalização, compartilhamento de rede assistencial própria, além de gestão hospitalar mais eficiente.

Silvio SuehiroSilvio Suehiro
Silvio Suehiro possui formação em Comunicação Social - Jornalismo pela Universidade de Mogi das Cruzes (UMC). Atualmente, dedica-se à produção de textos para as áreas de economia, finanças e investimentos.