Gasolina não vai parar de subir? Confira o que dizem os especialistas

O ano começou com o preço do Petróleo nas alturas, impulsionado pela alta demanda por conta da retomada da economia e pela tensão entre Ucrânia e Rússia. Na visão de especialistas, este aumento vai acabar refletindo no preço cobrado pelos combustíveis, como a gasolina, aqui no Brasil. 

Adotada em 2016, a política de preços da Petrobras prevê que o valor de combustíveis como gasolina e diesel, derivados do petróleo, fique atrelado ao preço internacional, em dólar. Por conta disso, as variações do preço no exterior acabam refletindo nos preços nacionais.

Gasolina 8% maia cara, dizem importadores 

A Petrobras reajustou o preço dos combustíveis pela última vez em 11 de janeiro. A alta foi de 4,85% para a gasolina e 8,08% para o diesel.

De acordo com a agência Reuters, neste mesmo dia, o barril de petróleo tipo Brent estava cotado a US$83. Atualmente, o preço já subiu para a faixa de US$90. Segundo previsões do banco Goldman Sachs, o barril pode passar dos US$100 neste ano.

O presidente-executivo da Abicom (Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis), Sérgio Araújo, disse que, na última quinta, 27, a defasagem dos preços cobrados pela Petrobras já era “muito elevada”.

Importadores dizem que a estatal não está acompanhando todas as variações no preço do petróleo. As empresas afirmam que são prejudicadas por esta prática, uma vez que a Petrobras domina o mercado. 

“Se você traz um produto mais caro [que o da Petrobras], obviamente tem uma dificuldade muito grande para a comercialização. (…) Quanto mais tempo a Petrobras demora para fazer o reajuste, pior fica a situação”,disse Araújo.

Por que o preço está em alta?

De acordo com Helder Queiroz, professor do Grupo de Economia da Energia do Instituto de Economia da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), existem dois fatores primordiais que ajudam a entender a alta do preço do petróleo.

O primeiro deles é a expectativa de volta do crescimento na economia, em especial nos países desenvolvidos. Já o segundo motivo ;e o aspecto geopolítico, ligado a um possível conflito entre Ucrânia e Rússia. Os dois países são importantes no fornecimento de gás natural para a Europa. 

Paulo AmorimPaulo Amorim
Paulo Henrique Oliveira é formado em Jornalismo pela Universidade Mogi das Cruzes e em Rádio e TV pela Universidade Bandeirante de São Paulo. Atua como redator do portal FDR, onde já cumula vasta experiência e pesquisas, produzindo matérias sobre economia, finanças e investimentos.