Brasileiros estão investindo mais na renda fixa; confira quais os principais títulos

Pontos-chave
  • Renda fixa volta a chamar atenção dos investidores
  • Alta taxa de juros é o motivo
  • 2022 será um ano desafiador para os investimentos

No último ano, cresceu em 7,2% o total de investimentos em produtos de varejo e do segmento private (voltado para clientes de altíssima renda), atingindo R$4,5 trilhões, de acordo com dados de 2021 da Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais).

Além deste bom volume de captação, o relatório fez a confirmação de algo que o mercado já antecipava: a alta taxa de juros fez com que os investidores buscassem mais a renda fixa em detrimento da renda variável.

Em 2021, foi registrado um crescimento de de 14,2% no total alocado em private, de 12,8% no varejo de alta renda e de 4,7% no varejo tradicional. Estes foram os primeiros resultados positivos da renda fixa desde o ano de 2017.

“Fechamos o ano de 2021 com uma participação de 59% na renda fixa, mudando a tendência. Quando os juros subiram, a renda fixa começa a retomar e a variável, cai”, disse José Ramos Rocha Neto, presidente do Fórum de Distribuição da Anbima ao 6 Minutos.

Renda variável em queda?

Este novo crescimento da renda fixa não quer dizer que os investidores desistiram da renda variável. Somente significa que a modalidade perdeu espaço nas carteiras. No ano passado, foi registrado um crescimento de 6,9% no volume financeiro em renda variável para private, de 2,4% para varejo de alta renda e de 3,5% para o varejo tradicional.

“Não teve perda de peso em recursos [na renda variável], não acredito que haja uma saída de recursos por conta dos investidores que têm apetite por um risco maior”, disse José.

Produtos mais escolhidos 

Dentro do universo da renda fixa, a poupança segue como o produto preferido dos brasileiros. Na sequência aparecem o CDB e os fundos de renda fixa. O CDB foi o que mais cresceu em volume financeiro.

Já no universo da renda variável, o destaque ficou para os fundos multimercados e as ações. O COE, foi o produto que registrou a maior alta percentual em 2021, crescendo 69%.

Fechamento de contas 

De acordo com a Anbima, no ano passado, 5,189 milhões de contas foram fechadas. Isto se deu pois em 2020, foram abertas poupanças para o pagamento do auxílio emergencial. So é considerada pela Anbima as contas com mais de R$ 100 em seus levantamentos.

“No varejo tradicional, incluem as contas de poupança. Se voltarmos para 2020, que foi o ano de início da pandemia e do pagamento do auxílio emergencial, vimos um movimento de abertura de milhões de contas. Em 2021, essas contas tiveram os recursos drenados, com o aquecimento da economia e por isso o número grande de fechamentos de contas”, explicou Rocha.

O que por aí em 2022?

Na visão de José, 2022 será um ano desafiador, porém que deve ser bom para a indústria de investimentos. 

“É um ano que ainda veremos um aumento de taxas de juros, de inflação e teremos uma eleição, mas acredito que os saldos das carteiras investidas devem continuar avançando. A renda fixa deve predominar, assim como os papéis atrelados a inflação. Do lado da renda variável, deve ser um ano de inconstâncias”, finalizou Rocha.

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Duas modalidades de investimentos em renda fixa 

A poupança se trata de uma aplicação de renda fixa simples e acessível para todos. Menores de idade também podem possuir uma conta em seu nome, com a condição de  que sejam representados ou assistidos pelo pai, mãe ou responsável legal.

A modalidade é isenta de custos e não existe incidência de tributos. Os rendimentos da poupança não pagam Imposto de Renda.

O Tesouro Direto é um título emitido pelo governo federal e é considerado um dos investimentos mais seguros do mercado. Ele possui liquidez diária e os papeis podem ser negociados diretamente.

O Tesouro Direto conta com títulos atrelados à inflação e à taxa básica de juros, a Taxa Selic, além de opções com rendimento prefixado, definido por um indicador acordado em contrato.

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Paulo AmorimPaulo Amorim
Paulo Henrique Oliveira é formado em Jornalismo pela Universidade Mogi das Cruzes e em Rádio e TV pela Universidade Bandeirante de São Paulo. Atua como redator do portal FDR, onde já cumula vasta experiência e pesquisas, produzindo matérias sobre economia, finanças e investimentos.
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