Seguro de carro: opções flexíveis são, em média, 33% mais baratas, mas exigem cuidados

Há quatro meses atrás, entrou em vigor a autorização da Susep (Superintendência de Seguros Privados) que permite que as seguradoras ofereçam apólices flexíveis para os automóveis, oferecendo opções com preços 33% mais baratos em média em comparação com os seguros tradicionais.

Entre os produtos comercializados, estão aqueles que oferecem apenas cobertura contra roubo e furto, ou pequenas colisões. Existem outros que incluem as duas proteções, porém, utilizando peças de reposição novas compatíveis, não originais da montadora. O preço de um seguro tradicional custa R$ 2 mil por ano em média. O seguro econômico, por sua vez, custa cerca de R$ 1.650.

A finalidade da Susep com esta decisão é o de popularizar o acesso aos seguros, uma vez que de acordo com estimativas do setor, apenas 30% da frota está coberta no país. As apólices de seguro geralmente possuíam muitas restrições e preços altos, segundo os especialistas.

Segundo a projeção da FenSeg (Federação Nacional de Seguros Gerais), nos próximos três anos, por conta de regras mais flexíveis e preços mais baratos, a frota que conta com seguro pode crescer entre 20% a 25%.

“São dois públicos: um que era consumidor de seguro e perdeu poder de compra e busca produtos mais condizentes com sua realidade. Outro perfil é aquele que comprou o veiculo, mas não colocou na conta o valor do seguro, e é uma oportunidade reavaliar que parcela de seguro cabe no bolso”, disse Marcelo Sebastião, presidente da Comissão de Automóvel da FenSeg ao Extra.

Porém, apesar desta redução no preço, o consumidor precisa se atentar ao que está contratando e ao que não será coberto no seu plano. Isto fará com que o contratante não tenha surpresas futuras.

“A intenção de flexibilizar e simplificar as regras é boa. A porcentagem de quem faz o seguro de carro é pequena pelo alto custo (da apólice). Agora, é possível pensar em aumentar a base de segurados. Mas o movimento vai exigir muito cuidado. Para personalizar de acordo com a necessidade, as apólices têm que estar muito claras sobre as coberturas e as exclusões. A pessoa precisa saber e entender o que está contratando”, ressaltou Carolina Vesentini, advogada do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec).

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Paulo Amorim
Paulo Henrique Oliveira é formado em Jornalismo pela Universidade Mogi das Cruzes e em Rádio e TV pela Universidade Bandeirante de São Paulo. Atua como redator do portal FDR, onde já cumula vasta experiência e pesquisas, produzindo matérias sobre economia, finanças e investimentos.