- Vacinação infantil requer apenas autorização dos pais;
- Recomendação médica trata-se de uma orientação exclusiva do Ministério da Saúde;
- Pfizer e CoronaVac são as vacinas aplicadas em crianças.
Após anunciar a distribuição de mais de 2,5 milhões de doses de vacinas contra a Covid-19 em crianças, o Ministério da Saúde voltou a orientar que os pais obtenham recomendação médica antes de submeterem os filhos à imunização. Contudo, este posicionamento não é apoiado pelo Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conas) e outros especialistas da área.
Para o Conass essa recomendação médica para vacinar as crianças contra a Covid-19 se tornaria um impasse quanto ao avanço da campanha de vacinação por faixa etária. Por hora, basta a autorização dos pais ou responsáveis legais para que as crianças sejam imunizadas.
Ressaltando que no caso da presença dos responsáveis durante a vacinação, é preciso apresentar uma autorização por escrito e assinada pelos pais se estiverem vivos.
Na oportunidade, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, reforçou que a recomendação médica para a vacinação de crianças contra a Covid-19 é apenas uma orientação, não há nenhuma portaria publicada pela pasta para regulamentar tal medida. “Não é uma imposição, é uma recomendação. A campanha está indo bem, tem uma adesão satisfatória”, destacou Queiroga.
Em resposta às declarações do ministro, o Conass recorreu a uma carta divulgada ainda no mês de dezembro, elaborada com direcionamento às crianças, explicando que não há a necessidade de passar pela consulta médica antes de se vacinar. Veja:
“Quando iniciarmos a vacinação de nossas crianças, avisem aos papais e às mamães: não será necessário nenhum documento de médico recomendando que tomem a vacina. A ciência vencerá. A fraternidade vencerá. A medicina vencerá e vocês estarão protegidos”, alegou.
Vacina utilizada na imunização de crianças
A vacinação infantil contra a Covid-19 foi autorizada no dia 16 de dezembro de 2021. Na ocasião, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) condicionou a liberação da campanha para crianças ao uso exclusivo da vacina da Pfizer em dose pediátrica.
Portanto, estão sendo ministradas doses da Pfizer em uma quantidade reduzida a um terço para essas crianças. Além do mais, os frascos do imunizante serão diferenciados com a cor laranja, para facilitar a distinção entre a dosagem a ser aplicada em adultos.
De acordo com o diretor-geral de Medicamentos da Anvisa, Gustavo Mendes, existem evidências científicas capazes de comprovar que a aplicação de duas doses da vacina contra a Covid-19 em crianças entre 5 e 11 anos, pode ser eficaz na prevenção contra a doença.
Segundo dados do Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), um órgão de saúde dos Estados Unidos da América (EUA), foram analisados os dados de mais de 42 mil crianças imunizadas. Neste total foram raros os eventos adversos e graves em crianças que receberam a vacina da Pfizer.
Mas com o decorrer das últimas semanas, o Ministério da Saúde também começou a distribuir doses infantis da CoronaVac, para crianças com mais de seis anos de idade. A Anvisa decidiu liberar o uso da CoronaVac em crianças e adolescentes na faixa etária de 6 a 17 anos de idade, incluindo aqueles com comorbidades, baixa imunidade e os imunossuprimidos.
Para que a campanha de vacinação deste público possa ser ampliada, é essencial que se respeite um intervalo de 28 dias entre a aplicação da primeira e da segunda dose da CoronaVac. É importante se lembrar que esta vacina foi a primeira a ser usada em adultos logo no início da campanha, e agora, foi adaptada em uma versão pediátrica.
Vale mencionar que a decisão quanto ao uso pediátrico da CoronaVac foi tomada por unanimidade, ou seja, todos os cinco diretores da Anvisa se posicionaram a favor do tema a pedido do Instituto Butantan. Há algum tempo a instituição buscava obter a licença necessária para usar a CoronaVac, vacina da qual participa da distribuição, para imunizar crianças a partir dos três anos de idade.
Contudo, ao analisar a situação e o imunizante, a agência decidiu liberar por hora, somente a aplicação em crianças com idade a partir de seis anos até que novos estudos mais detalhados sejam apresentados sobre a eficácia nos mais novos.