Pandemia e eleições: investidores têm preferência de investimento diante de incertezas

Em meio a um cenário de incertezas, os ETFs (Exchange Traded Funds) vêm ganhando a atenção dos brasileiros. Estes são fundos de investimentos negociados em bolsa que replicam a performance de um índice de referência. No ano passado, este investimento tem se destacado dentro da renda variável.

Pandemia e eleições: investidores têm preferência de investimento diante de incertezas
Pandemia e eleições: investidores têm preferência de investimento diante de incertezas (Imagem: Montagem/FDR)

Os ETFs chamaram a atenção dos investidores devido à facilidade para as pessoas físicas aplicarem em ativos estrangeiros na Bolsa de Valores local. Outro ponto favorável é a maior diversidade de oferta.

Diante da possibilidade de se expor à media da soma da rentabilidade de um conjunto de empresas ou de uma classe de ativos, os ETFs vem sendo uma das estratégias de aplicações em meio às incertezas atuais.

Recentemente, alguns fatores tem preocupado os investidores. Questões econômicas, como a estimativa de maior aperto monetário nos Estados Unidos, são um exemplo.

Além disso, há a atenção diante dos desdobramentos da pandemia de covid-19, e as incertezas causada pelo cenário eleitoral brasileiro.

Aumento no número de investimento em ETFs

Em janeiro de 2021, havia 269 mil investidores com ETFs na carteira. Já em dezembro do mesmo ano, o número subiu para 505 mil. Na perspectiva de consultores apurados pelo Valor Investe, este movimento de alta deve continuar em 2022.

Ao considerar o volume financeiro, o patrimônio líquido dos ETFs na B3 aumentou 39% no último ano — chegando a R$ 53 bilhões.

No ano passado, no Brasil, houve um crescimento do número de ETFs, além da variedade dos investimentos em classes de ativos e estratégias.

Ao Valor, o sócio e analista da casa de análise Nord Research, Luiz Felippo, afirma que, entre 2004 e 2019, havia a criação de um a quatro ETFs por ano. Já em 2020, foram lançados 44 novos, e em 2021, surgiram mais 64.

Felippo explica que “eles vêm justamente para replicar temáticas específicas, ainda que não seja a única de suas funções”. Como eles possuem baixa taxa de administração, ele afirma que são bons produtos para quem deseja se expor em algum setor.

Mesmo que o Brasil esteja em expansão, o país ainda tem um desempenho abaixo no mercado. A indústria mundial de ETFs chegou a quase US$ 10 trilhões de ativos sob gestão. Apenas em 2021, houve um recorde de 710 produtos lançados no mundo, segundo dados da consultoria Morningstar.

Silvio SuehiroSilvio Suehiro
Silvio Suehiro possui formação em Comunicação Social - Jornalismo pela Universidade de Mogi das Cruzes (UMC). Atualmente, dedica-se à produção de textos para as áreas de economia, finanças e investimentos.