Estima-se que mais de 40 categorias de servidores aderiram às paralisações desta terça-feira (18). Foram realizados atos em Brasília e em outras cidades pelo país, exigindo reajustes salariais que não foram incluídos no orçamento de 2022.
Na capital federal, o ato ocorreu em frente ao Banco Central, das 10h às 12h, e foi marcado encontro para as 14h com o ministro da Economia, Paulo Guedes. Segundo os representantes dos servidores do BC, a adesão na categoria foi maior que 50%, com muitas pessoas participando de suas casas por estarem em home office.
Estão programadas mais duas paralisação neste mês, nos dias 25 e 26. E caso até lá as reivindicações dos servidores não sejam atendidas, deve haver greve na segunda quinzena de fevereiro.
Entenda o que pedem os servidores
Em 21 de dezembro, o Congresso Nacional aprovou o orçamento do governo para o ano de 2022, com previsão de reajuste apenas para os servidores da segurança pública, como os policiais federais. A insatisfação das demais categorias começou assim que se soube da proposta de reajuste feita pelo governo.
As atuais demandas dos servidores federais variam de categoria para categoria, mas a insatisfação atinge todas as esferas, no executivo, legislativo e judiciário. Além de reajustes salariais de até 28,15%, também são reivindicados bônus por produtividade e realização de concursos públicos.
Os servidores do Banco Central, por exemplo, pedem reajuste para as carreiras de técnico e analista e realização de concursos para preencher 2.992 vagas de analista, técnico e procurador. O órgão não realiza concurso desde 2013.
Já os auditores da Receita Federal pedem reajuste salarial, novos concuros e regulamentação do bônus por eficiência, que não é feita desde 2017. Os auditores que trabalham nos portos, por exemplo, alegam que há sobrecarga de trabalho, inclusive devido à pandemia.
De acordo com o Fonacate (Fórum Nacional Permanente de Carreiras Típicas de Estado), que representa mais de 200 mil servidores, 80% do funcionalismo federal acumula perdas inflacionárias desde 2017 e 20% têm perdas acumuladas desde 2019.
Aqueles que não têm reajuste desde 2017, segundo o presidente da Fonacate, Rudinei Marques, perderam 27% do poder aquisitivo dos seus salários desde então. Ainda de acordo com o dirigente, a reivindicação é para repor essas perdas, e não por aumento real.