Efeitos negativos da ômicron podem atingir da saúde à economia global

Pontos-chave
  • Os efeitos negativos da ômicron não estão ligados apenas a saúde do brasileiro;
  • Sem funcionários para trabalhar, as industrias e qualquer tipo de empresa não tem vida funcional;
  • No Brasil não existem indícios de um fechamento total do comércio, o que é chamado de lockdown.

O número de casos de Covid-19 têm subido, e uma nova variante da doença passou a circular no Brasil. Sem ser infectado e com sua vida funcionando normalmente, você pode se perguntar: o que eu tenho haver com isso?. Acredite, os efeitos negativos da ômicron não estão ligados apenas a saúde do brasileiro.

Mundialmente falando, o crescimento de casos de doentes por Covid-19 através da variante ômicron, podem impactar a economia global. Ainda não se sabe exatamente quais serão esses efeitos, mas eles devem atingir principalmente a inflação mundial, a indústria e o setor de serviços. 

É fácil de entender como o aumento de casos tem impactado na economia. A mesma lógica aconteceu no início do ano pandêmico, quando o número de infectados cresceu e as produções precisaram parar.

Sem funcionários para trabalhar, as industrias e qualquer tipo de empresa não tem vida funcional. Com o número de produtos sendo reduzidos, os preços encareceram e toda cadeia de produção foi prejudicada.

E isso não aconteceu apenas no Brasil, mundialmente as decisões de parar os trabalhos foram as mesmas. Apenas sem o contato entre pessoas é que se consegue controlar o número de casos de coronavírus, e evitar que as internações e as mortes cresçam.

Eu vejo um potencial inflacionário para a ômicron. Na China, por exemplo, com a política de ‘Covid zero’, já houve uma elevação do custo do frete no transporte de mercadorias.“, explica Cristiano Oliveira, economista-chefe do banco Fibra, ao G1 Economia.

Na China, após registrar 84 novos casos de Covid-19, uma cidade confinou seus 5 milhões de habitantes buscando controlar os números.

Economia e mercado de trabalho prejudicados

Embora tenha sido entendido que a doença impacta diretamente a economia mundial, e não apenas a saúde da população, os números exatos sobre esses efeitos não foram contabilizados.

Pelo menos no Brasil não existem indícios de um fechamento total do comércio, o que é chamado de lockdown. Prefeituras e até mesmo governos estaduais têm tomado algumas atitudes para controle do fluxo de pessoas nas ruas.

Por exemplo, diminuindo a capacidade de eventos, limitando o horário de funcionamento dos comércios, exigindo comprovante de vacinação para entrada nos mesmos. Mas, sem levantar a possibilidade do fechamento total.

Dados da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) Contínua revelados em setembro de 2021 mostraram que pelo menos 600 mil empresas fecharam as portas na pandemia. 

Principalmente os pequenos negócios, como restaurantes, lojas de roupa, sorveterias, salões de beleza e etc., não suportaram os longos dias de portas fechadas. Os autônomos ganham pelo dia que trabalham, sem trabalhar não há lucro.

Aqueles empreendimentos que não tinham nenhum tipo de planejamento, ou sentiram dificuldade em se reinventar na pandemia, foram ‘quebrando’.

Claro que esses números não atingem apenas o dono do negócio, mas seus funcionários. Os dados da Pnad mostram que em 2019 haviam no Brasil 4,3 milhões de empregadores.

Desde 2020 o número passou a cair. E no segundo trimestre de 2021 chegou a 3,7 milhões de contratantes no país. Menos empresas abertas, menos pessoas contratadas e trabalhando.

Sobre o mercado, a Organização Internacional do Trabalho (OIT) não tem previsões tão positivas a respeito da recuperação. Estima-se que neste ano de 2022 serão 52 milhões de vagas de emprego a menos em todo mundo, comparado ao último trimestre de 2019.

A OIT acredita que os números só devam se recuperar a partir de 2024, antes disso os números de desempregados ficarão acima do nível pré pandemia.

A variante ômicron é mesmo tão perigosa?

Sanitariamente falando, a ômicron é uma variante da Covid menos letal, mas muito contagiosa. Logo, embora imunizados com a terceira dose da vacina, os brasileiros podem sim ser infectados.

Acontece que, caso isso aconteça, as chances de ser internado ou vir a óbito são menores, justamente por conta da imunização.

Ainda que as chances de uma recuperação mais complexa sejam menores, o cidadão que for infectado deve seguir rigorosamente a quarentena. Logo, devem ficar em casa e evitar contato com outras pessoas.

Nesse sentido, quanto mais pessoas infectadas, menos trabalhadores estarão atuando dentro dos empreendimentos do país. E desencadeando o freio nas indústrias e serviços.

Lila CunhaLila Cunha
Formada em jornalismo pela Universidade de Mogi das Cruzes (UMC) desde 2018. Já atuou em jornal impresso. Trabalha com apuração de hard news desde 2019, cobrindo o universo econômico em escala nacional. Especialista na produção de matérias sobre direitos e benefícios sociais. Suas redes sociais são: @liilacunhaa, e-mail: lilacunha.fdr@gmail.com