Sul-africano é preso em Goiás após golpe envolvendo R$ 6,7 bi; confira o caso

O sul-africano Johann Steynberg, foi preso na região de Alto da Glória em Goiânia, após ficar um ano foragido. O responsável pela prisão foi o Grupamento de Intervenções Rápidas Ostensivas (Giro), da Polícia Militar de Goiás. Saiba mais.

Steynberg estava na lista de procurados da Interpol pela acusação de orquestrar um esquema de pirâmide financeira que prometia 10% de lucro para os investidores. 

O golpe 

Johann captava através de sua empresa, a Mirror Trading International (MTI), o dinheiro dos clientes para investir no mercado financeiro e em criptomoedas, especialmente em bitcoin, desde 2018.

Em setembro de 2020, ele não conseguiu mais pagar os seus clientes e começou a colocar a culpa nos hackers pelo atraso nas transações. Johann então fugiu do país e veio para o Brasil, chegando em São Paulo em 14 de dezembro. 

De acordo com estimativas, ele roubou 29 mil bitcoins de seus clientes, o equivalente a R$6,7 bilhões na cotação atual. 

Apreensão e prisão

A Secretaria de Segurança Pública de Goiás informou que o suspeito foi colocado em monitoramento após uma denúncia de que ele se estava escondido em Goiânia. Logo após a operação, ele foi entregue à polícia federal.

“Após um intenso trabalho de identificação e acompanhamento, e com o auxílio de informações repassadas pela Polícia Federal, foi possível identificar e abordar o suspeito, que apresentava documento falso no momento da abordagem.”, dizia o comunicado da PM.

Batalha judicial 

Está por vir uma grande contenda judicial graças aos crimes de Johann Steynberg. Após o desaparecimento dele, os investidores entraram com uma ação coletiva para recuperar o dinheiro através da liquidação de ativos da empresa. Uma audiência foi marcada para o mês de março pela juíza Alma de Wet.

Porém, o dinheiro da empresa ainda não foi localizado. Após ter sido banida da plataforma que usava para as negociações, a empresa alegou ter transferido os fundos para uma nova corretora, que por sua vez, negou o recebimento dos fundos.

A empresa de inteligência de blockchain Chainalysis descobriu carteiras relacionadas à MTI e viu que ela estava lavando o dinheiro por meio de um site de jogos de azar para depois sacar os fundos.

Paulo Amorim
Paulo Henrique Oliveira é formado em Jornalismo pela Universidade Mogi das Cruzes e em Rádio e TV pela Universidade Bandeirante de São Paulo. Atua como redator do portal FDR, onde já cumula vasta experiência e pesquisas, produzindo matérias sobre economia, finanças e investimentos.