Indicador de desemprego tem segunda queda consecutiva; o que esperar para 2022?

Pontos-chave
  • O Indicador Antecedente de Emprego (Iaemp), medido pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), teve queda de 1,2 ponto em dezembro;
  • O desemprego em 2021 fechou com 81,8 pontos, sendo o menor patamar desde abril do ano passado;
  • Esse cenário é resultado da desaceleração da economia brasileira sentida desde o início da pandemia de Covid-19;

O Indicador Antecedente de Emprego (Iaemp), medido pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), teve queda de 1,2 ponto em dezembro. Com isso, o desemprego em 2021 fechou com 81,8 pontos, sendo o menor patamar desde abril do ano passado.

Indicador de desemprego tem segunda queda consecutiva; o que esperar para 2022?
Indicador de desemprego tem segunda queda consecutiva; o que esperar para 2022? (Imagem: montagem/FDR)

De acordo com a FGV, o Iaemp teve queda em cinco dos sete componentes. Os principais destaques foram a situação atual dos negócios da indústria, que recuou 7 pontos, e as tendências dos negócios de serviços, que caiu 3 pontos.

Em contrapartida, dois componentes do indicador obtiveram alta, sendo a atual dos negócios de serviços (2,5 pontos) e emprego previsto da indústria (2,2 pontos). Esse cenário é resultado da desaceleração da economia brasileira sentida desde o início da pandemia de Covid-19.

No início de 2021, a taxa de desemprego bateu recorde chegando a 14,7%. Mesmo durante os anos de recessão vividos entre 2014 e 2019, a taxa média atingiu 11,4%. Em 1995 a 2014, esse número era de 9,3% e, de 1981 a 1994 de 5%.

Desemprego em 2022

Diante do retorno gradual das atividades econômicas e da melhora da economia fragilizada, não é esperado que o cenário de desemprego no Brasil melhore muito nos primeiros meses de 2022.

Porém, com o avanço da vacinação contra a Covid-19 e com o retorno efetivo das atividades econômicas é esperado que a situação melhore no decorrer do ano. Mesmo assim, é importante lembrar que a recessão foi de mais de 12 meses.

Segundo o economista do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV IBRE), Luiz Guilherme Schymura, a taxa de desocupação no Brasil pode permanecer alta até 2026, como resultado dos efeitos da pandemia.

É importante lembrar que o país, antes da pandemia, já enfrentada dificuldades econômicas geradas pela recessão de 2015 e 2016. Portanto, o mercado de trabalho já estava em processo de recuperação quando foi atingido pela atual crise.

Por esse motivo, para que o Brasil volte às taxas de desemprego anterior a 2015 serão necessários alguns anos. Diante disso, o atual governo e o que for assumir o Brasil nos próximos anos terá que enfrentar o alto número de desocupação.

De acordo com a FGV, para que o mercado de trabalho obtenha uma situação positivo em 2026 será necessário atingir um crescimento de 3,5% no Produto Interno Bruto (PIB).

Mesmo assim, a taxa de desemprego deve ficar em 10,1% ou em 9,8%, considerando as contratações de Páscoa, dia das mães, Natal e os demais feriados prolongados durante o ano.

Em uma previsão mais pessimista, onde o PIB aumentasse 1,5% durante 2023 e 2026, a taxa de desemprego ficaria em 11,6% no final do período. Esses dados não consideram outros momentos de recessão.

Eleições 2022

O atual cenário do mercado de trabalho deve ser considerado pelos eleitores nas votações desse ano. Diante disso, é esperado que os candidatos à presidência apresentem em suas campanhas ações econômicas para conduzir o país nos próximos quatro anos.

Indicador de desemprego tem segunda queda consecutiva; o que esperar para 2022?
Indicador de desemprego tem segunda queda consecutiva; o que esperar para 2022? (Imagem: montagem/FDR)

A não ser que, de forma muito imprevista, o crescimento suba para nível bem acima do que hoje se julga possível e sustentável, o desemprego permanecerá elevado pela maior parte do próximo mandato”, aponta o documento elaborado por Schymura.

Sendo assim, esse tema e a forma como será encarada pelos candidatos pode vim a ajudar a decidir o futuro governante do Brasil a partir de 2023. Além disso, a ação adotada neste ano pelo atual governo pode influenciar na decisão do eleitorado.

Crescimento do trabalho informal

Além da alta taxa de desemprego, o Brasil vem enfrentando o crescimento dos trabalhos informais. Diante da falta de trabalho, o cidadão busca outra fonte de renda enquanto aguarda a situação melhorar e aparecer novas oportunidades de emprego.

O problema é que o trabalho informal não garante os direitos trabalhistas e prejudica no recolhimento da Previdência Social, assim como no cálculo final para a aposentadoria. Sendo assim, esse cenário não é positivo para o país, mesmo ajudando na recuperação do setor econômico.

O setor informal e os empregos de menor qualidade são os responsáveis pela recuperação econômica do Brasil nos últimos meses. A causa é a escassez de trabalho no pós-pandemia que ainda enfrenta oscilações.

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Glaucia Alves
Formada em Letras-Inglês pela Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE). Atuou na área acadêmica durante 8 anos. Em 2020 começou a trabalhar na equipe do FDR, produzindo conteúdo sobre finanças e carreira, onde já acumula anos de pesquisa e experiência.