Financiamento imobiliário deve ficar mais caro em 2022; o que fazer?

A concessão de crédito deve bater seu recorde neste ano, com a valorização da casa própria como nunca se viu durante a pandemia. Os empréstimos com a finalidade de comprar e construir imóveis com dinheiro da poupança, grande parte, totalizaram R$206,9 bilhões considerando o acumulado de 12 meses até novembro. Este montante representa um crescimento de 79,6% em comparação com o mesmo período do ano anterior, segundo a Abecip (Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança).

Porém, ao passo que o Banco Central foi aumentando a taxa Selic como forma de segurar a inflação, quem desejava financiar um imóvel foi tendo mais dificuldades no decorrer do ano. 

A Selic, taxa básica de juros da economia saltou da mínima histórica de 2% ao ano no mês de março, para os atuais 9,25% ao na última reunião do Copom em dezembro. Com isso, os bancos começaram a repassar este custo de captação de recursos para quem solicitava um empréstimo e subiram os juros do crédito imobiliário.

Diante destes fatores será que vale a pena financiar um imóvel em 2022?

Do lado dos consumidores, as taxas mais altas significam pagar mais caro pela moradia própria, escolher um imóvel mais em conta ou desistir. Considerando um empréstimo de 20 ou 30 anos, qualquer alta nos juros faz diferença. 

De acordo com a plataforma de crédito imobiliário MelhorTaxa, o Custo Efetivo Total (CET), que engloba os juros e demais taxas embutidas no financiamento, em média para o financiamento de um imóvel de R$ 375 mil cresceu de 7,59% ao ano, em janeiro, para 8,99% ao ano, em dezembro.

O mercado projeta que a taxa Selic chegará aos 11,50% ao fim deste ano. Com isso, é quase certo que as parcelas de novos finaciamentos ficará mais elevada, dizem os especialistas.

“O ano de 2022 vai ser mais difícil para comprar imóvel. A melhor oportunidade foi entre o final de 2020 e o primeiro semestre de 2021. Mas isso não quer dizer que agora é uma hora ruim para financiar, para quem a prestação cabe no bolso”, disse Cristiane Portella, presidente da Abecip ao Valor Investe.

Segundo ela, mesmo com a taxa de juros mais alta, a demanda permanece em alta e que quando a Taxa Selic cair novamente, as pessoas poderão renegociar as taxas em seu banco ou optar pela portabilidade, levando o crédito imobiliário para outra instituição financeira.

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Paulo Amorim
Paulo Henrique Oliveira é formado em Jornalismo pela Universidade Mogi das Cruzes e em Rádio e TV pela Universidade Bandeirante de São Paulo. Atua como redator do portal FDR, onde já cumula vasta experiência e pesquisas, produzindo matérias sobre economia, finanças e investimentos.