Em novembro, a taxa média de juros cobrada pelo sistema financeiro do Brasil para empréstimos cresceu novamente, seguindo o aumento da Taxa Selic promovida pelo Banco Central como forma de controlar a inflação.
A taxa subiu 1,46 ponto percentual em comparação com outubro, alcançando 34,14% ao ano, o maior índice desde novembro de 2019, quando a mesma estava em 35,55%. Considerando este ano, a taxa media das operações de crédito acumula um crescimento de 8,6 pontos percentuais, segundo o BC.
Estes dados são referentes ao segmento de recursos livres, cujo os custos dos financiamentos são determinados livremente pelas instituições financeiras, sem que haja intervenção do governo.
No decorrer do ano, a Selic que em janeiro estava em 2% ano ano, subiu 7,25 pontos percentuais. Atualmente, após a última reunião do Copom (Comitê de Política Monetária), a taxa foi 9,25% ao ano. Segundo o colegiado, a taxa pode subir novamente em fevereiro em 1,5 ponto na próxima reunião que acontece em fevereiro.
Mesmo com as taxas elevadas, o nível de inadimplência seguiu quase estável, subindo de 3,0% em outubro para 3,1% em novembro. Considerando o período de janeiro a novembro, a alta total foi de 0,2 ponto percentual.
Também aconteceu em novembro um crescimento no spread bancário, que é a diferença entre o custo de captação de recursos pelas instituições financeiras e o que é cobrado dos clientes na concessão do crédito.
O patamar do spread nas operações com recursos livres foi de 23,4 pontos percentuais em novembro, contra 22,9 pontos do mês anterior. Considerando o ano, a alta acumulada é de 2,5 pontos.
Agora falando sobre pessoas físicas, o Banco Central comunicou que juros médios cobrados em novembro para financiamentos de compra de veículos (+2,7 pontos) e do cartão de crédito rotativo (+2,6 pontos), foram os destaques.
Considerando o ano, os maiores aumentos foram no parcelado do cartão de crédito (+18,6 pontos), no rotativo do cartão (+18,3 pontos) e no cheque especial (+14,0 pontos).
A taxa do rotativo do cartão de crédito fechou novembro em 346,12% ao ano, patamar mais alto desde agosto de 2017, quando ficou em 392,29% ao ano.