Sem correção da tabela do IRPF, defasagem bilionária atinge a população em 2022

Sem a correção da tabela do IRPF (Imposto de Renda da Pessoa Física), a defasagem custará valor bilionário para a população brasileira em 2022.

Sem correção da tabela do IRPF, defasagem bilionária atinge a população em 2022
Sem correção da tabela do IRPF, defasagem bilionária atinge a população em 2022 (IMAGEM: FDR)

Segundo os dados da Unafisco, a Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal) divulgados pela Folha de S. Paulo, a Receita Federal deve cobrar da população R$ 149 bilhões a mais do que se os números fossem reajustados integralmente pela inflação desde 1996.

Ainda no governo de Fernando Henrique Cardoso a atualização anual deixou de ser realizada sendo feita de forma inconstante. No atual governo do presidente Jair Bolsonaro, a tabela não foi corrigida.

A defasagem acumulada passa de 130% em toda tabela. Durante a campanha de eleição, Bolsonaro prometeu aos eleitores elevar a taxa de isenção para R$ 5.000, posteriormente o presidente comunicou não ser possível a aplicação.

Quem será afetado com a defasagem da tabela do IRPF

A defasagem da tabela deve afetar, no próximo ano, cerca de 15,1 milhões de pessoas de menor renda. Caso a faixa salarial estivesse atualizada, essa parcela da população poderia estar livre da tributação.

“Quem tem renda mais baixa vai pagar um imposto que não deveria estar pagando”, disse Mauro Silva, presidente da Unafisco. Atualmente, a tabela do IR da pessoa física concede isenção para quem ganha até R$ 1903,98 por mês.

Se aplicada a correção defendida pela Unafisco a medida isentaria 24,2 milhões de contribuintes.

Outro público afetado são aqueles que ganham em média R$ 5 mil por mês, estes precisam pagar a alíquota máxima de 27,5% sobre todo o valor que excede o salário. Com a correção, apenas seria sujeito ao teto da cobrança aquele que ganhasse acima de R$ 10.948,96.

Projeto que altera o IR

O projeto do governo que alteraria o IR foi travado no Senado. A proposta que contém a correção da tabela foi arquivada, como anunciado pelo relator, o senador Angelo Coronel (PSD-BA) por diversas resistências.

A correção proposta pelo governo iria para o patamar sugerido pela Unafisco, o texto que chegou a ser aprovado pela Câmara e arquivado pelos senadores possuía reajustes que variavam entre 13,2% e 31,3%.

O projeto ainda implementaria a taxação de dividendos de classes mais altas.