Por que a Câmara desistiu de votar o projeto que legaliza ‘jogo do bicho’ e outros jogos de azar?

Nesta segunda, 13, a Câmara dos Deputados desistiu de votar um requerimento de urgência para o projeto de lei que trata da legalização dos jogos de azar como bingo, jogo do bicho, cassino e aposta esportiva.

O requerimento fazia parte da pauta do dia, por, foi excluído por falta de quórum, após a bancada evangélica se manifestar fortemente contra sua aprovação.

Caso o requerimento fosse votado e aprovado, a tramitação pularia algumas fases e o texto seria apreciado diretamente pelo plenário, sem, passar por comissões. 

Seriam necessários 257 votos para aprovar o requerimento, número maior que os 162 parlamentares que estavam presentes na abertura da sessão. A Frente Parlamentar Evangélica é composta por 107 deputados.

O Projeto

Segundo o projeto, os jogos de azar e de habilidade passam a ser definidos como atividades econômicas e serão regulamentadas e fiscalizadas por um órgão federal, que provavelmente será uma agência reguladora. Quem se interessasse teria que adquirir uma licença através de leilão para explorar as várias modalidades. 

Paralelamente a liberação dos jogos de azar, que estão proibidos há 80 anos no Brasil, o projeto também endurece as penas para quem não tiver a licença. O projeto altera de prática de contravenção penal (crime com pena leve), para crime punível com até sete anos de prisão.

Licença para jogos de azar chega a R$200 mil

Ainda está sendo discutido o valor mínimo para a licença de cada modalidade. Os valores que constam na minuta são:

  • Cassino integrado em resort: R$ 200 milhões
  • Jogos de habilidade: R$ 200 milhões 
  • Jogos online: R$ 200 milhões 
  • Cassino turístico: R$ 100 milhões 
  • Bingo: R$ 50 milhões 
  • Jogo do bicho: R$ 40 milhões 
  • Entidade turística (“jockey clubs”): R$ 10 milhões

O valor seria dividido na metade. 50% fica com o estado, ou Distrito Federal, em que o empreedimento se localiza e os outros 50% vai para a União, sendo sendo repartido entre a Embratur (Agência Brasileira de Promoção Internacional do Turismo) e fundos ligados ao esporte, à proteção de jogadores e apostadores, à cultura e à segurança pública.

O projeto exige ainda um capital social mínimo para as empresas, de acordo com cada atividade. Mas, em todos os casos, a empresa precisa ser constituída no Brasil como sociedade anônima.

Para mais informações sobre finanças, acompanhe o FDR.

Paulo Amorim
Paulo Henrique Oliveira é formado em Jornalismo pela Universidade Mogi das Cruzes e em Rádio e TV pela Universidade Bandeirante de São Paulo. Atua como redator do portal FDR, onde já cumula vasta experiência e pesquisas, produzindo matérias sobre economia, finanças e investimentos.