Recompras de ações: por que tantas companhias estão adquirindo seus próprios papéis?

Pontos-chave
  • Existem alguns motivos que levam as empresas a optarem pela recompra de ações
  • Mercado pode encarar como um sinal de que a empresa aposta em seu potencial
  • Programas de recompra de ações tem como finalidade reforçar o caixa da própria empresa.

Nos primeiros dias de dezembro, algumas empresas como Via, Vamos, CSN, Kepler Weber, Terra Santa e Iguatemi, anunciaram a abertura de programas de recompra de ações como uma maneira de abrandar as perdas acumuladas ao longo do ano. Entenda o que significa a recompra de ações e os motivos que levam as empresas a optar por este caminho.

Ao optar pela recompra de ações, a empresa pode estar aproveitando um momento favorável do mercado para utilizar seu capital de uma melhor forma. 

Condições de mercado ruins e as projeções de aumento futuro nos lucros corporativos fazem crescer a preferência das empresas listadas na Bolsa por seus próprios papéis. Estes programas de recompra de ações tem como finalidade reforçar o caixa da própria empresa.

Recompra de ações 

Este é um procedimento em que a empresa adquire ações no mercado para tutelá-las em sua tesouraria ou para as cancelar. Geralmente esta ação é usada quando a empresa considera que o preço de suas ações está com valor baixo.

Isto pode ocorrer em um momento insensato de queda nos mercados ou também se a empresa acreditar que o mercado está avaliando de forma incorreta o valor das ações. 

Mesmo sendo um motivo mais corriqueiro, uma queda irracional nos mercados não é o único motivo que leva uma empresa a fazer uma recompra de ações. Uma redução nos gastos com dividendos ou até uma distribuição de ações entre os próprios executivos pelos sistemas de Stock Options, podem levar as empresas a uma recompra.

O que esta ação pode significar?

Uma recompra de ações, de uma certa maneira, é encarada pelo mercado como um sinal de que a empresa aposta em seu próprio potencial. 

Se as ações forem canceladas, a quantidade de acionistas cai. Por consequência, o lucro total da empresa será dividido por menos pessoas. Isto significa que a empresa retém mais o lucro pelas ações que possui.

Caso a empresa prefira manter as ações na tesouraria, ela aguardará o momento mais propício para vendê-las novamente. Fazendo isso, a empresa escolhe o caminho mais vantajoso para ela. 

Consequências 

A recompra traz consequências diferentes para os acionistas a depender do que a empresa fizer com as ações compradas. Se a empresa cancelar as ações, o acionista começa a ter uma maior fatia da empresa, recebendo de forma permanente mais dividendos pelas mesmas ações que possui.

Porém se a empresa optar por segurar os papéis, o acionista só ganha quando a empresa vender estas ações e obter lucro com a operação, uma vez que o ganho de capital será somado aos lucros da companhia e distribuído aos acionistas. Mas nessa opção, o ganho é pontual.

Entretanto, quando a empresa adquire ações no mercado, ela diminui a quantidade de papéis em negociação, no chamado free float, reduzindo a liquidez dos ativos. Isso pode ser relevante dependendo do ação em questão.

Demais possibilidades para recompra de ações 

O preço das ações em baixa não é a única razão que leva uma empresa a recomprá-las. Nos casos abaixo isto pode não ser algo tão bom.

Uma utilização pode ser usada para atender o programa de stock options da empresa. Ao contrário de emitir novas ações para dar aos executivos, a empresa as adquire no mercado. Ao fazer isso, a empresa não está diluindo suas ações no mercado.

A recompra também pode ser encarada como uma maneira de utilizar o caixa excedente da empresa e neste caso, pode acontecer com as ações mais baratas ou não.

Sendo assim, o caixa não está sendo utilizado para novos investimentos e aquisições. Isto pode significar que não estão surgindo oportunidades interessantes no momento, que a empresa não está investindo, ou que não existe mais espaço para expandir.

Nesta situação, a empresa pode estar com uma gestão ineficiente ou pode significar uma estagnação da mesma.

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Paulo Amorim
Paulo Henrique Oliveira é formado em Jornalismo pela Universidade Mogi das Cruzes e em Rádio e TV pela Universidade Bandeirante de São Paulo. Atua como redator do portal FDR, onde já cumula vasta experiência e pesquisas, produzindo matérias sobre economia, finanças e investimentos.