Na terça-feira (30), a agência de classificação de riscos S&P Global reafirmou o rating do Brasil em moeda estrangeira em BB-, com perspectiva estável para a nota do País.
Por meio do comunicado, a agência de risco explica o rating do Brasil descrevendo que o País se recuperou o mais rápido do que o esperado da crise da Covid-19 em 2020, mas a esperança de crescimento para os próximos anos é moderada.
De acordo com a S&P, “as pressões de gastos e uma alta carga de juros provavelmente resultarão em uma lenta consolidação fiscal, com a dívida líquida do governo geral tendendo para 75% do PIB até 2024″.
Além disso, é realizada a avaliação do risco pela agência da perspectiva estável da nota do Brasil, que assume que o governo deve estabilizar de forma gradual o recente crescimento da dívida pública.
Neste ano de 2021, as projeções realizadas pela S&P para a economia brasileira é da expansão de 4,8%, seguindo de uma alta do Produto Interno Bruto (PIB) de 0,8% no ano de 2022, 2,0% em 2023 e 2,3% em 2024.
Continuidade das contas públicas
A agência espera ainda uma “ampla continuidade” nas principais políticas econômicas brasileiras após as eleições de 2022.
Por meio de nota a S&P informou sobre a manutenção do rating do Brasil. “A política brasileira será impulsionada pelas eleições nacionais de outubro de 2022 para presidente, Congresso nacional e governadores. Esperamos ampla continuidade nas principais políticas econômicas após as eleições”, diz a nota.
A S&P acrescentou ainda que a nova administração do país deve enfrentar uma legislatura fragmentada, reforçando a necessidade de políticas pragmáticas.
Em comentários sobre a característica do legislativo brasileiro, a agência avalia que o Brasil tem capacidade limitada para avançar nas reformas estruturais necessárias para alcançar um crescimento mais rápido e reduzir os níveis de dívida do governo.
Rating do Brasil
S&P Global comentou ainda sobre a PEC dos Precatórios e avaliou que a proposta ilustra a dificuldade “de longa data” do Brasil de controlar as contas públicas e redução do déficit fiscal.
Os analistas da agência apontam dois cenários para o futuro da avaliação do crédito do Brasil.
Eles disseram que pode acontecer um rebaixamento do rating do Brasil seria possível nos próximos dois anos se os resultados fiscais vierem pior do que o esperado, sinalizando uma capacidade institucional mais fraca de implementar medidas corretivas das finanças públicas.