PNAD Contínua: Taxa de desemprego no Brasil está em 12,6%, diz IBGE

Pontos-chave
  • A taxa de desemprego caiu 1,6 ponto percentual no trimestre;
  • O Brasil possui 93 milhões de pessoas ocupadas;
  • O Nordeste tem a maior taxa de desocupação.

No terceiro trimestre deste ano, a taxa de desemprego no Brasil diminuiu para 12,6%. Apesar disso, a falta de trabalho afeta ainda 13,5 milhões de pessoas. Os dados fazem parte da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), divulgada nesta terça-feira (30) pelo IBGE.

PNAD Contínua: Taxa de desemprego no Brasil está em 12,6%, diz IBGE
PNAD Contínua: Taxa de desemprego no Brasil está em 12,6%, diz IBGE (Imagem: Montagem/FDR)

Em comparação ao resultado do segundo trimestre, a taxa de desocupação diminuiu 1,6 ponto percentual. O número de pessoas em busca de empreso no Brasil reduziu 9,3%. Já com relação aos ocupados, o número chegou a 93 milhões — o que representa uma alta de 4%.

No terceiro trimestre, a coordenadora de Trabalho e Rendimento do IBGE, Adriana Beringuy, afirma que foi registrado um processo significativo de aumento da ocupação.

Com isso, foi possível, inclusive, diminuir o número de desocupados e de quem estava fora da força de trabalho. A população fora da força de trabalho representa aqueles que não estão ocupados nem em busca de vagas de emprego.

Diante da alta no número de ocupados, o nível da ocupação — percentual de brasileiros em idade de trabalhar que estão no mercado de trabalho — chegou a 54,1%. No trimestre anterior, o patamar havia sido de 52,1%.

PNAD Contínua mostra que trabalho doméstico registra alta histórica

Adriana Beringuy reforça que a informalidade representa 54% do crescimento da ocupação. Entre as categorias de emprego que mais subiram, em relação ao trimestre passado, estão os empregados do setor privado sem carteira assinada (10,25%). Este grupo totaliza 11,7 milhões de brasileiros.

No mesmo período, a quantidade de trabalhadores domésticos foi de 5,4 milhões. Isso representa uma alta de 9,2%, sendo a maior desde o início da série histórica da pesquisa, em 2012. Ao considerar somente os profissionais sem carteira, houve elevação de 10,8%.

A coordenadora de Trabalho e Rendimentos do IBGE argumenta que, mesmo que a categoria dos empregados domésticos tenha expandido nos trimestres recentes, o número desses profissionais é menor do que no período pré-pandemia.

A falta de emprego tem afetado 13,5 milhões de brasileiros
A falta de emprego tem afetado 13,5 milhões de brasileiros (Imagem: Montagem/FDR)

Número de profissionais por conta própria aumenta

O IBGE também informa que ocorreu crescimento no contingente de trabalhadores por conta própria. A elevação foi de 3,3%. Nessa categoria, existem 25,5 milhões de brasileiros — sendo o maior número desde o começo da série histórica da pesquisa.

Esse contingente inclui os profissionais que não possuem CNPJ, que aumentaram 1,9% em comparação ao último trimestre. A pesquisa revela que a taxa de informalidade chegou a 40,6% da população. Existem 38 milhões de pessoas nessa situação.

Atividades que se destacaram no trimestre

Segundo o instituto, a alta na ocupação também tem relação, principalmente, com as atividades de comércio (7,5%) — com 1,2 milhão de profissionais a mais.

Também se destacam as atividades de indústria (6,3%, ou 721 mil pessoas), construção (7,3%, ou 486 mil pessoas) e serviços domésticos (8,9%, ou 444 mil pessoas).

Rendimento real habitual apresenta diminuição

Mesmo com o avanço no total de brasileiros ocupados, o rendimento real habitual foi de R$ 2.459. Em comparação ao último trimestre, houve uma diminuição de 5%. Já com relação à massa de rendimento (R$ 223,5 bilhões), foi registrada uma estabilidade na comparação trimestral.

No entendimento de Beringuy, esses dados indicam que a subida da ocupação foi impulsionada pelas vagas de trabalho com salários menores. Ela informa que existe um crescimento em postos com menores rendimentos. Também foi dito que há uma redução do perder de compra por conta do avanço da inflação.

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Redução na taxa de desemprego abrange todas as regiões

A diminuição na taxa de desocupação englobou todas as regiões, segundo o IBGE. No Sudeste, a taxa passou de 14,6% para 13,1% — do segundo para o terceiro trimestre. Essa área do país tem o maior número de desempregados (6,3 milhões).

no Nordeste, o indicador reduziu de 18,3% para 16,4%. Mesmo com a queda, esta região segue com a maior taxa nacional. Entre os estados, Pernambuco tem a maior taxa de desocupação no país (19,3%). Em seguida, aparece o estado da Bahia (18,7%).

Beringuy destaca que a redução na desocupação nacional tem sido observada regionalmente em diversos estados. Segundo ela, “isso indica que há um processo de recuperação de trabalho que ocorre de maneira disseminada no país”.

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Silvio SuehiroSilvio Suehiro
Silvio Suehiro possui formação em Comunicação Social - Jornalismo pela Universidade de Mogi das Cruzes (UMC). Atualmente, dedica-se à produção de textos para as áreas de economia, finanças e investimentos.
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