Houve exagero do mercado financeiro ao anúncio da nova variante africana da COVID-19?

A última sexta era para ter sido um dia normal com o pregão operando em horário restrito nos EUA após as Bolsas terem fechado na véspera em decorrência do feriado de Ação de Graças. Porém, a Black Friday deste ano caiu em um dia conturbado por conta da notícia da nova variante do coronavírus, que derreteu bolsas e commodities em todo o planeta.

A nova variante foi classificada em nível “preocupante” ela OMS (Organização Mundial de Saúde), porém ainda não se tem certeza se a mutação do vírus, que recebeu o nome de Omicron, é resistente às vacinas ou qual o nível de letalidade.

Já se sabe que o mercado não aguarda confirmações para reagir, porém será que podemos considerar o comportamento das Bolsas e commodities foi exagerado?  Para alguns analistas, sim. Rodrigo Franchini, sócio da Monte Bravo Investimentos, disse que o mercado entrou em um movimento irracional de manada.

“A gente ainda não sabe quais são os problemas dessa variante e pode ser que a vacina funcione, e nada muda. Nesse primeiro momento, como você tem falta de informações, o mercado tende a ser um pouco irracional e a derreter preços de alguns ativos que não deveriam derreter tanto assim”, afirma Franchini ao InfoMoney.

JP Morgan, em seu relatório distribuído aos clientes para classificar a reação dos mercados, ele também disse que o comportamento do mercado foi irracional. 

Os analistas do banco analisam que a prontidão de resposta à doença está em um nível bem diferente do que tínhamos em 2020 e que não podemos ignorar os avanços de esforços pelo para controle da covid-19, como vacinação em massa e a descoberta de antivirais orais.

Através de um relatório divulgado na última sexta, os analistas do Itaú BBA revelaram que a reação do mercado com a nova variante foi possivelmente “exacerbada”, liquidez baixa na sessão da última sexta.

“Acreditamos que ainda é muito cedo para assumir que uma nova variante vá causar um grande impacto na economia global”, disserm. 

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Paulo Amorim
Paulo Henrique Oliveira é formado em Jornalismo pela Universidade Mogi das Cruzes e em Rádio e TV pela Universidade Bandeirante de São Paulo. Atua como redator do portal FDR, onde já cumula vasta experiência e pesquisas, produzindo matérias sobre economia, finanças e investimentos.