Entenda o caso Evergrande e o motivo do mercado temer a falência dessa empresa

Na última quarta, 10, chegou ao fim o prazo para que a Evergrande, uma das maiores construtoras da China, pagasse US$149,1 milhões de dólares em juros. A empresa chinesa enfrenta um passivo de US$300 bilhões e está lutando para não falir, tentando honrar aquilo que deve a seus credores. Investidores estavam receosos e caso o pagamento não fosse efetuado, traria um impacto ainda maior para a empresa na Bolsa e para toda a economia chinesa. 

Porém, o mercado respirou mais aliviado, quando alguns credores relataram que receberam os juros que os cabiam. Os clientes da empresa Clearstream, companhia com sede em Luxemburgo que presta serviços de pós-negociação, receberam juros de três títulos vencidos, segundo um porta-voz da empresa que revelou a situação para a Bloomberg.

Por sua vez, a empresa Deutsche Marktscreening Agentur (DMSA), da Alemanha, disse através de nota que “não recebeu quaisquer juros de pagamentos até o final do período de carência. A DMSA chegou a afirmar que está se preparando para a falência contra Evergrande e apela a todos os investidores em obrigações para se juntarem a ela”, disse Marco Metzler, analista sênior da DMSA.

Por fim, a empresa disse que  “assim que um tribunal abrir um processo de insolvência, a Evergrande estará oficialmente falida, e isso é apenas uma questão de dias”. 

Impacto nos mercados 

A DMSA disse ainda que através de um estudo recente, detectou que “a falência da Evergrande, a empresa mais endividada do mundo, pode levar a um ‘Great Reset’, ou seja, a um colapso final do sistema financeiro global.” Esta visão vai ao encontro com um estudo recente da Federal Reserve Bank a respeito dos impactos significativos da falência da gigante imobiliária chinesa na recuperação econômica pós-pandemia.

Porém, existem especialistas que não concordam com esta ideia. Este é o caso de Fábio Bergamo, diretor de operações da JLP Asset Management, gestora de um fundo global com sede nos Estados Unidos.

“A Evergrande está no buraco e tudo indica que é questão de tempo para ocorrer a falência, porém, vemos um baixo risco sistêmico generalizado”, disse Bergamo.

No mais, a falência da companhia, se não evitada, pode gerar uma crise no gigante mercado imobiliário chinês, que deve desencadear em outros setores, como no de commodities como o minério, por exemplo, muito utilizado em construções.

Recentemente, a Evergrande vem tentado evitar sua falência, vendendo participações em outras empresas, por exemplo. É necessário acompanhar atento o desenrolar da trama.

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Paulo Amorim
Paulo Henrique Oliveira é formado em Jornalismo pela Universidade Mogi das Cruzes e em Rádio e TV pela Universidade Bandeirante de São Paulo. Atua como redator do portal FDR, onde já cumula vasta experiência e pesquisas, produzindo matérias sobre economia, finanças e investimentos.