Maior inflação para outubro desde 2022; como seu bolso sente as mudanças?

Pontos-chave
  • A inflação de outubro é a maior desde o ano de 2002;
  • Com os aumentos frequentes nos preços o salário mínimo não cobre as despesas básicas;
  • A maior alta foram nas comidas e bebidas.

A inflação oficial do país, o chamado IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), subiu para 1,25% no mês de outubro, depois de ficar em 1,16% em setembro. Veja como este resultado pode prejudicar o seu bolso.

Maior inflação para outubro desde 2022; com o seu bolso sente as mudanças?
Maior inflação para outubro desde 2022; com o seu bolso sente as mudanças? (Foto: FDR)

O índice registrado no mês de 0,09 pontos percentuais maior que no mês anterior, sendo a maior variação para outubro desde o ano de 2002.

No acumulado de 12 meses, a inflação chegou a 10,67%, ou seja, acima da meta estabelecida pelo Banco Central para este ano, que é de 3,75%. Com margem de tolerância de 1,5 pontos percentuais para mais ou para menos, sendo assim, varia entre 2,25% e 5,25%. No mês anterior, o acumulado de 12 meses atingiu a marca de 10,25%.

Em outubro de 2020, a variação mensal foi de 0,86% e no ano, o IPCA acumulou uma alta de 8,24%.

Na quarta-feira (10), o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgou os dados que se referem às famílias com rendimento de um a 40 salários mínimos. Abrangendo dez regiões metropolitanas do país, além dos municípios de Goiânia, Campo Grande, Rio Branco, São Luís, Aracaju e de Brasília.

Aumento nos combustíveis

Foram registradas alta em nove grupos de produtos e serviços que foram analisados pelo IBGE neste mês de outubro.

“O maior impacto (0,55 p.p.) e a maior variação (2,62%) vieram dos Transportes, que aceleraram em relação a setembro (1,82%)”, explicou o instituto. 

Segundo o IBGE, o impacto nos transportes foi ocasionado por conta da alta dos combustíveis. “A gasolina subiu 3,10% e teve o maior impacto individual sobre o índice do mês (0,19 p.p.). Foi a sexta elevação consecutiva nos preços desse combustível, que acumula altas de 38,29% no ano e de 42,72% nos últimos 12 meses. Além disso, os preços do óleo diesel (5,77%), do etanol (3,54%) e do gás veicular (0,84%) também subiram.”, disse o IBGE.

Mesmo com a pouca adesão, os caminhoneiros tentaram emplacar uma greve no início deste mês, como protesto contra a alta de preços do óleo diesel. O governo federal antecipou a greve e conseguiu 29 liminares judiciais proibindo bloqueios nas estradas e pontos logísticos estratégicos de 20 estados. 

No dia 29 de outubro, o Confaz (Conselho Nacional de Política Fazendária), colegiado formado pelos secretários de Fazenda dos Estados e do Distrito Federal, aprovou o congelamento do valor do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) cobrado nas vendas de combustíveis por 90 dias para tentar controlar os aumentos frequentes dos preços dos combustíveis.

Alimentos e bebidas também subiram

Os preços sofreram altas de 1,17%, a segunda maior contribuição (0,24 p.p.) no IPCA, que começou com as altas no tomate (26,01%) e na batata-inglesa (16,01%), que fizeram acelerar a alimentação no domicílio (1,32%).

Subiram também o café moído (4,57%), o frango em pedaços (4,34%), o queijo (3,06%) e o frango inteiro (2,80%). Por outro lado, recuaram os preços do açaí (-8,64%), do leite longa vida (-1,71%) e do arroz (-1,42%).

Já a alimentação fora de casa passou de 0,59% em setembro para 0,78% em outubro, principalmente por causa do lanche (1,31%), que havia apresentado variação negativa no mês anterior (-0,35%). A refeição (0,74%), por sua vez, desacelerou frente ao resultado de setembro (0,94%).

Aumento na conta de luz

Já na habitação o aumento foi de 1,04%, que foi influenciada pela energia elétrica (1,16%).

O gás de botijão (3,67%) também subiu pelo 17º mês consecutivo em outubro, acumulando alta de 44,77% desde junho de 2020.

O vestuário teve um aumento de 1,80%, a segunda maior variação do índice no mês, com altas em todos os itens pesquisados.

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Maior aumento

Todas as áreas pesquisadas tiveram alta nos preços em outubro. Porém, as maiores variações ficaram com a região metropolitana de Vitória e no município de Goiânia, ambos com 1,53%.

Em Vitória, o resultado foi influenciado pela taxa de água e esgoto (11,33%) e a energia elétrica (3,35%). Já em Goiânia, além da energia elétrica (5,34%), pesou a gasolina (4,24%).

A menor variação ocorreu na região metropolitana de Belém (0,64%), onde houve queda nos preços do açaí (-8,77%) e da energia elétrica (-1,23%).

Como a inflação afeta seu bolso?

Com todas essas altas nos preços, o salário dos brasileiros acaba não sendo suficiente para cobrir todas as despesas de uma família.

Nem mesmo o salário mínimo, no valor de R$1.100, cobre as despesas dos brasileiros com o aumento dos preços dos alimentos, energia e ainda do botijão de gás.

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