Nesta terça, 9, Bento Albuquerque, o ministro de Minas e Energia, se mostrou bastante preocupado com o possível desabastecimento de combustíveis ao ser perguntado no Senado sobre a possibilidade de mudança na política e preços da Petrobras.
Os aumentos seguidos nos preços dos combustíveis no Brasil vem sendo influenciados pelo petróleo e pela valorização do dólar frente ao real e o governo está sendo pressionado para segurar a alta.
Bento afirmou que o preço do petróleo tende a crescer mais com a chegada do inverno no hemisfério norte, que por conta da necessidade de aquecimento, faz com que a demanda por gás e outros combustíveis aumente.
Somente neste ano, o petróleo já teve um crescimento de cerca de 60% no seu preço no mercado global.
As declarações de Albuquerque foram dadas em uma audiência pública na Comissão de Serviços de Infraestrutura do Senado Federal, ao responder um questionamento do senador Carlos Fávaro.
Carlos perguntou sobre a possibilidade de uma alteração na política de preços da Petrobras, como forma da empresa ter menos lucro com a alta dos combustíveis. Ele exemplificou com a Argentina que tem uma gasolina mais barata e isto está chamando a atenção dos motoristas brasileiros.
“Se temos importação de combustíveis, não era hora de essa empresa pública (Petrobras) ganhar um pouco menos? Essa empresa é dos brasileiros. Na Argentina, estão vendendo gasolina a R$ 3, na divisa do país. Não era hora de minimizar o impacto?”, perguntou o parlamentar.
Bento justificou dizendo que a importação dos combustíveis demora 90 dias em média e que existe uma parcela de cerca de 20% no mercado que não vem da Petrobras e que o governo não consegue controlar.
“Temos de ter preocupação grande com desabastecimento. Mudar qualquer coisa, tem que ser com critério, transparência e governança. Todos estamos trabalhando nisso para que a gente possa dar uma resposta à sociedade, e tenho certeza que vai ocorrer”, disse.
No último mês, a Petrobras comunicou que não conseguiria dar conta de todos os pedidos de fornecimento de combustíveis para novembro, que estariam chegando acima da capacidade de produção, o que acendeu um sinal amarelo para as distribuidoras. Isto fez com que o risco de desabastecimento no Brasil fosse apontado.