Ao que tudo indica, a prioridade dos consumidores na Black Friday de 2021 será um pouco diferente. Isso porque, diante da crise econômica que o país vem enfrentando, a adesão à maior campanha de descontos deve girar em torno de produtos alimentícios, de limpeza e higiene pessoal.
Por hábito e tradição os consumidores costumavam priorizar a compra de produtos mais caros durante a Black Friday, como televisões, computadores, celulares e diversos outros aparelhos eletrônicos. Contudo, a situação está diferente agora e, com certeza, mais crítica.
A alta da inflação tem impactado o reajuste nos preços de itens básicos para a sobrevivência humana, em especial, a alimentação. Ir ao supermercado fazer compras tem se tornado uma prática cada vez mais temida pelos cidadãos brasileiros. Hoje, com R$ 50 no bolso, dificilmente se consegue comprar um arroz e feijão.
Dados apresentados pela última Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos divulgada pelo Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese), indica que os produtos que compõem a cesta básica cujo preço mais aumentou foi:
- Batata: 33,78%;
- Café em pó: 10,14%;
- Tomate: 55,54%;
- Açúcar: 7,02%;
- Óleo de soja: 3,22%;
- Manteiga: 5,18%;
- Leite: 2,98%.
Por esta razão, os supermercados também se empenharão bastante nas promoções da Black Friday. Esta será a oportunidade para os consumidores adquirirem produtos básicos que, há tempos, consomem com cautela.
A economista, Cristina Helena Pinto de Mello, reforça que hoje a inflação está em 10,25% no acumulado de 12 meses, uma das razões que torna a Black Friday de 2021 menos atrativa, pois diminui o poder de compra.
A falta de perspectiva do cidadão brasileiro em uma melhoria, mínima que seja, no cenário econômico também terá influência nas compras deste ano. A especialista acredita que a busca será por itens essenciais e realmente necessários dentro de casa, como os produtos de primeira necessidade mencionados acima.
“Não vai ser a Black Friday do smartphone, como já vimos em outros anos. Mesmo que os comerciantes tirem ou mesmo reduzam as margens de lucro, o custo do produto em si está muito alto”, é o que diz a economista Juliana Inhasz. Ela ainda aponta que a alta do dólar também é outro fator que deve limitar ainda mais a procura por eletrônicos.
Mas mesmo diante de todas as dificuldades, a crença é para que as vendas na Black Friday sejam melhores do que em 2020. Isso porque, no ano passado, os consumidores brasileiros sofreram com os impactos da pandemia da Covid-19 que pegou todos de surpresa levando ao desemprego em massa, redução da renda e fechamento do comércio.