Inflação impacta renda dos trabalhadores e diminui drasticamente valor recebido

População brasileira sente no bolso os impactos da inflação. Na última semana, uma pesquisa da Fundação Getulio Vargas (FGV) relevou que 70% dos trabalhadores estão ganhando menos do que o que recebiam em 2019. O indicativo está associado a pandemia do novo coronavírus que impactou nas estatísticas econômicas do país com uma inflação acima de 8%.

Inflação impacta renda dos trabalhadores e diminuí drasticamente valor recebido (Imagem: FDR)
Inflação impacta renda dos trabalhadores e diminuí drasticamente valor recebido (Imagem: FDR)

Manter as contas em dia tem sido um grande desafio para parte significativa da população. Com a inflação em alta, o poder de compra e venda vem caindo bruscamente de modo que os cidadãos sintam que estão recebendo menos do que a quantia paga há dois anos atrás.

Economista da FGV, Daniel Duque explica que o mercado de trabalho está cada vez mais desigual, impactando também no fluxo de compra das pessoas.

Os mais ricos consomem mais serviços e menos alimentos e acabam tendo uma inflação menor. Infelizmente, a tendência é só piorar com a aceleração da inflação, com grande perda de consumo das camadas mais vulneráveis — prevê o economista.

De acordo com seus cálculos, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA, a inflação oficial) de junho, que ainda estava em 8,35%, considerando o acumulado em 12 meses, foi reajustado para 10,25%.

Isso significa dizer que nos próximos meses os produtos seguirão mais caros e o salário parecerá reduzido.

— Certamente o poder de compra pós-auxílio teve forte queda, não só pela inflação ser pior para os mais pobres. Houve redução nominal nas transferências (frente ao ano passado, quando o auxílio emergencial era de R$ 600).

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— A inflação está muito concentrada em itens essenciais, alimentos, combustíveis, energia elétrica. E depois de uma perda de 12 milhões de empregos, ainda estamos com 5 milhões a menos que antes da pandemia. Estamos vendo uma recuperação, mas a qualidade do emprego que está voltando é pior que antes da pandemia — conclui o economista.

Salário mínimo insuficiente

É válido ressaltar que a previsão de reajuste do salário mínimo em 2022 é de R$ 1.100 para R$ 1.1200, com isso não haverá um ganho significativo para os trabalhadores. Estudos do Dieese apontam que no atual cenário, para manter uma família de até 4 pessoas é preciso receber ao menos R$ 5 mil.

Eduarda Andrade
Mestre em ciências da linguagem pela Universidade Católica de Pernambuco, formada em Jornalismo na mesma instituição. Atualmente se divide entre a edição do Portal FDR e a sala de aula. - Como jornalista, trabalha com foco na produção e edição de notícias relacionadas às políticas públicas sociais. Começou no FDR há três anos, ainda durante a graduação, no papel de redatora. Com o passar dos anos, foi se qualificando de modo que chegasse à edição. Atualmente é também responsável pela produção de entrevistas exclusivas que objetivam esclarecer dúvidas sobre direitos e benefícios do povo brasileiro. - Além do FDR, já trabalhou como coordenadora em assessoria de comunicação e também como assessora. Na sua cartela de clientes estavam marcas como o Grupo Pão de Açúcar, Assaí, Heineken, Colégio Motivo, shoppings da Região Metropolitana do Recife, entre outros. Possuí experiência em assessoria pública, sendo estagiária da Agência de Desenvolvimento Econômico do Estado de Pernambuco durante um ano. Foi repórter do jornal Diário de Pernambuco e passou por demais estágios trabalhando com redes sociais, cobertura de eventos e mais. - Na universidade, desenvolve pesquisas conectadas às temáticas sociais. No mestrado, trabalhou com a Análise Crítica do Discurso observando o funcionamento do parque urbano tecnológico Porto Digital enquanto uma política pública social no Bairro do Recife (PE). Atualmente compõe o corpo docente da Faculdade Santa Helena e dedica-se aos estudos da ACD juntamente com o grupo Center Of Discourse, fundado pelo professor Teun Van Dijk.
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