Dólar nas alturas! Veja como o investidor brasileiro pode se beneficiar

Nos últimos meses, a bolsa de valores tem passado por resultados adversos. O desempenho acompanha um cenário de turbulências econômicas. Apesar do contexto atual, com o dólar nas alturas, as exportadoras devem se beneficiar, segundo especialistas.

Dólar nas alturas! Veja como o investidor brasileiro pode se beneficiar
Dólar nas alturas! Veja como o investidor brasileiro pode se beneficiar (Imagem: Montagem/FDR)

Nesta temporada de balanços, especialistas consultados pela Suno indicam que as exportadoras de alimentos serão as maiores favorecidas com o avanço do câmbio. Isso acontece porque elas aproveitaram dois fatores: a exportação em dólar e redução dos custos.

No acumulado anual, frigoríficos como Marfrig (MRFG3) e JBS (JBSS3) já contam com fortes elevações. No ano, o retorno registrado pela Marfrig foi de 75,33%. Já a JBS teve retorno anual de 62,67%. Ao considerar o mês de outubro, o retorno da Marfrig foi de 3,27%; e da JBS foi de 5,84%.

Especialistas consultados pelo Exame projetam que essas companhias devem manter os bons resultados — principalmente, considerando a operação no mercado americano, que possui melhor recuperação econômica.

Ao Exame, o especialista de mercado da Guide Investimentos, Rodrigo Crespi, destaca o resultado dessas empresas é dolarizado, de forma a beneficiar a geração de caixa. Segundo ele, este “é um setor muito resiliente”.

O responsável pela área de câmbio da Terra Invetimentos, Vanei Nagem, afirma à Suno que o dólar está historicamente em patamares muito elevados. Com isso, exportadores podem se beneficiar desse movimento. Contudo, ele destaca que há outros aspectos para analisar — a depender do setor.

Dólar nas alturas requer cautela

À Suno, o head de renda variável da Monte Bravo, Bruno Madruga, alerta sobre alguns aspectos que os investidores devem se atentar. Nem sempre a empresa possui somente receitas em dólar. Em diversos casos, os custos em dólar equilibram a balança.

Outro aspecto informado pelo especialista é a dívida em dólar. Em 2020, a exportadora Suzano (SUZB3) registrou elevação do endividamento — para R$ 12,4 bilhões. O resultado ocorreu diante da alta da moeda norte-americana no período.

Madruga recomenda que os investidores verifiquem todos os detalhes relacionados ao câmbio no balanço das empresas. Dessa forma, seria possível compreender em até que ponto a subida do dólar pode favorecer a companhia.

Silvio SuehiroSilvio Suehiro
Silvio Suehiro possui formação em Comunicação Social - Jornalismo pela Universidade de Mogi das Cruzes (UMC). Atualmente, dedica-se à produção de textos para as áreas de economia, finanças e investimentos.