Custo de vida na Região Metropolitana de São Paulo acumula maior alta desde 2016

O custo de vida na Região Metropolitana de São Paulo (RMSP) subiu 0,93% em setembro, motivado pela alta nos preços dos combustíveis e da energia elétrica. Nos últimos 12 meses, o Custo de Vida por Classe Social (CVCS) – indicador da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) – acumula alta de 10,27%, maior patamar desde fevereiro de 2016, quando a variação era de 10,98%.

A inflação está concentrada nos grupos de transportes, habitação e alimentação – os que mais impactam o orçamento das famílias. Além disso, há o repasse dos preços dos estabelecimentos, já que são produtos e serviços que geram efeitos negativos na cadeia produtiva, como é o caso dos combustíveis e da energia elétrica. Em setembro, transportes e habitação foram responsáveis por 0,85 ponto porcentual (p.p.) na variação do mês.

No ano, considerando o período de janeiro a setembro, o CVCS registra aumento de 6,57%, patamar bem superior ao registrado no mesmo período de 2020, quando a soma dos preços pagos pelos diversos bens e serviços consumidos pela população estava em 0,93%.

Entre outubro de 2019 e setembro de 2020, a variação era de 3,04%. Para as classes de menor poder aquisitivo, o custo de vida é mais caro no acumulado em 12 meses, com altas de 12,62%, para a classe E, e de 12,42%, para a D.

Dentre os serviços, o que mais influenciou o aumento do grupo de transportes, no mês, foi a alta nas passagens aéreas (27,21%). Mesmo fora do período de alta temporada, os custos das companhias subiram de forma expressiva.

A principal razão é o aumento dos combustíveis – no caso, o querosene de avião. Além disso, a demanda reprimida também contribuiu para a elevação dos preços.

O setor de alimentação e bebidas, que figurava entre as maiores influências, em setembro, obteve uma variação mais fraca – 0,39%, ante os 1,65% de agosto. A participação no resultado geral do mês foi de 0,09 p.p.

As demais elevações ficaram por conta dos grupos de comunicação (0,89%), despesas pessoais (0,29%), artigos do lar (0,05%) e saúde (0,01%). No caminho inverso, vestuário, que registrou retração nos preços de 1,08%, e educação, com recuo mensal de 0,06%.