Diante da possibilidade de flexibilização do teto de gastos, o mercado financeiro passou a estimar uma alta maior na taxa Selic. A partir desta segunda-feira (26), o Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, se reúne para debater a taxa básica de juros.
Nesta segunda-feira (26), o boletim Focus indicou que os economistas esperam um aumento de 1,25 ponto percentual nesta semana. Este mesmo patamar também é esperado para a última reunião do ano — que acontecerá em dezembro —, considerando a mediana das projeções.
Atualmente, a taxa Selic está estabelecida em 6,25%. Sendo assim, caso a expectativa se cumpra, a taxa básica de juros encerraria 2021 em 8,75% ao ano.
Na semana passada, a projeção era de que a Selic fechasse o ano em 8,25%.
Os dados presentes no Focus foram levantados semana passada, em pesquisa feita com mais de 100 instituições financeiras. A taxa Selic é estabelecida pelo BC para tentar conter a inflação.
A Selic está no maior nível desde julho de 2019 — quando era de 6,5% ao ano. Entre os meses de março a junho, o Copom aumentou a taxa básica de juros em 0,75 ponto percentual em cada reunião. Já no começo e agosto, a taxa foi elevada em 1 ponto percentual a cada encontro.
Outras pesquisas estimam que o Copom apresente uma alta ainda maior na Selic
Nesta segunda, uma pesquisa feita pelo Valor informa que pode haver um aumento de 1,5 ponto percentual na Selic desta semana. Ou seja, o patamar subiria para 7,75%. Este levantamento teve como base 92 instituições financeiras e consultorias.
Desde a semana passada — quando ficaram mais evidentes as tentativas de flexibilizar o atual regime fiscal —, as projeções para a Selic se tornaram ainda mais severas.
O BTG também acredita que haverá uma subida de 1,5 ponto percentual. Este patamar leva em consideração a “deterioração significativa” da situação fiscal do Brasil.
Caso o Banco Central não reaja aos eventos, o BTG entende que aconteceria uma grande crise de credibilidade do Copom. Para o banco, “acelerar o ritmo parece ser a atitude apropriada diante da alteração dos fundamentos, de forma a preservar a credibilidade da gestão da política monetária”.