Concessão do auxílio emergencial ajuda a reduzir indicativos de inadimplência no país. Uma pesquisa realizada pela Celcoin pontuou que o pagamento do abono fez com que o atraso nas contas dos brasileiros caíssem em 54%. Mesmo com um valor insuficiente no atual cenário de crise, o benefício permanece como fonte central de renda dos seus segurados.
As liberações do auxílio emergencial se mostram cada vez mais necessárias. Desde que passou a ser concedido, o benefício reduziu em 54% o período de atraso no pagamento das contas da população vulnerável. Um levantamento mostrou o crescimento de 29% das contas pagas durante o período de crise.
Impactos do auxílio emergencial
Ainda que nenhuma família consiga se sustentar com um valor mensal de R$ 375, como exige o governo, a liberação do auxílio ainda assim ajuda a reduzir as contas das famílias mais pobres. Com o abono, há quem consiga suprir alguns alimentos na dispensa e outros que optem por sanar seus débitos.
No entanto, é válido ressaltar que apesar do governo exigir que o segurado não tenha fonte de renda comprovada, parte significativa dos contemplados necessitam buscar por outras formas de arrecadar dinheiro.
Há quem esteja atuando como ambulante, faxineiro, ou prestando algum tipo de serviço informal que não impeça a concessão do auxílio.
Contas em dia
Com relação ao atraso nas contas, segundo o levantamento do Celcoin, parte significativa dos pagamentos é referente a energia elétrica e gás (3,1% em atraso), água (4,9%) e telecomunicações (2,9%).
Isso se justifica diante do atual cenário de inflação que vem levantando o preço desses produtos e serviços.
“Há uma relação direta entre inflação e poder de compra e de pagamentos. A população mais endividada e o aumento do preço de energia fazem com que as pessoas não consigam arcar com as contas no prazo“, analisa o presidente da Celcoin, Adriano Meirinho.
Ao mesmo tempo em que os cidadãos lutam para sanar seus débitos, os valores registraram uma alta de mais de 33%, especificamente nas contas de luz que foram reajustadas de R$ 138,61 para R$ 184,35 entre o segundo trimestre de 2020 e o segundo trimestre de 2021.
“O aumento pode ter sido causado pela mudança na medição, que, sem as visitas técnicas, foi feita por estimativa do consumo dos últimos meses, gerando muitas inconsistências de valores“, analisam os pesquisadores.