Empréstimo com garantia de imóvel é vantajoso? Movimentação chega a R$ 12 bilhões

Pontos-chave
  • O empréstimo com garantia de imóvel possui taxas menores;
  • Os prazos para pagamento são mais longos;
  • O não pagamento da dívida pode resultar na perda do imóvel.

O empréstimo com garantia de imóvel vem apresentando alta no país. Essa modalidade de crédito tem sido uma opção para pessoas que buscam um empréstimo de maior valor e com taxas de juros menores. Entenda perspectivas se o empréstimo com garantia de imóvel é vantajoso.

Empréstimo com garantia de imóvel é vantajoso? Movimentação chega a R$ 12 bilhões
Empréstimo com garantia de imóvel é vantajoso? Movimentação chega a R$ 12 bilhões (Imagem: Montagem/FDR)

Também chamada de home equity, essa modalidade de crédito chegou ao volume anual de R$ 12,319 bilhões até agosto, de acordo com a Associação Brasileira das Entidades de crédito Imobiliário (Abecip). Na comparação com o mesmo período do ano passado, houve uma alta de 46% nas concessões.

Por meio deste empréstimo, as pessoas podem solicitar valores maiores e com longos prazos para o pagamento. As taxas de juros estão abaixo de grande parte dos créditos disponíveis no mercado.

Como é possível usar a casa ou apartamento quitado como garantia, as instituições financeiras possuem menos risco de calote. Dessa forma, as condições desta modalidade tendem a ser melhores.

Empréstimo com garantia de imóvel é vantajoso?

Ao Globo, a presidente da Abecip, Cristiane Portella, afirma que o valor médio dos empréstimos está entre R$ 160 mil e R$ 170 mil. Cada banco possui um valor mínimo de operação. O teto do crédito tende a ser de 60% do preço do imóvel utilizado como garantia.

Além das condições oferecidas para obter o empréstimo, outro ponto positivo é que não existe uma destinação específica, segundo o diretor de negócios Imobiliários do Santander, Sandro Gamba. Assim, o interessado pode solicitar o dinheiro para usar da forma que preferir.

Outro aspecto que torna esta linha vantajosa é por meio da troca de dívidas mais caras — como do cheque especial e cartão de crédito — pela do empréstimo com garantia de imóvel.

Essa estratégia vem sendo utilizada por diversas pessoas. Segundo um levantamento da Pontte, uma fintech que disponibiliza esta modalidade, 44% das buscas efetuadas em agosto foram com o objetivo de quitar outros créditos pendentes.

Esta modalidade de crédito também pode ser uma alternativa para negativados, segundo o CEO da CrediHome, Bruno Gama, ao Money Times.

Esses cidadãos possuem mais dificuldade para obter um empréstimo. E mesmo quando conseguem, Gama alega que eles sofrem com as taxas de juros cobradas por grande parte dos bancos. A cobrança pode chegar até a 10% ao mês.

O dinheiro obtido por essa linha de crédito pode ser usado para diversas finalidades
O dinheiro obtido por essa linha de crédito pode ser usado para diversas finalidades (Imagem: Montagem/FDR)

Interessados devem considerar os riscos do empréstimo com garantia de imóvel

Conforme especialistas consultados pelo UOL, os interessados devem avaliar os riscos dessa linha. Se não houver o pagamento da dívida, o cidadão pode perder o imóvel.

Depois de três meses de cobrança amigável, a instituição pode entrar com o pedido do primeiro leilão — que pode acontecer entre o quarto e o sexto mês —, e o segundo leilão — entre o sexto e o nono mês, geralmente.

Se o imóvel ir a leilão, o dinheiro arrecadado é usado para quitar o débito com a instituição financeira. Caso o leilão renda um valor maior do que a dívida, a diferença é destinada ao cliente que perdeu o imóvel.

No entendimento do educador financeiro da empresa de cursos de educação financeira Dsop, Alessandro Torres, essa modalidade deve ser utilizada para quem conta com fontes de renda que possam sustentar a situação em caso de perda de salário ou demissão, por exemplo.

Sendo assim, antes de tudo, há a indicação de se ter uma reserva de emergência.

Como Montar uma Reserva Financeira de Emergência? Tutorial para Quem Ganha Pouco

Outro ponto que os interessados devem se atentar são os custos. Como exemplo, estão as tarifas e indexadores que corrigem as parcelas. Além disso, há o custo do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).

Ao Globo, o professor do MBA de Gestão de Incorporação e Construção Imobiliária da FGV, Sergio Cano, destaca que ainda há a tarifa de avaliação do imóvel e o registro pago para alienação fiduciária em nome do credor.

De forma geral, ele afirma que essas taxas são embutidas na operação — e incluem dentro do crédito a ser liberado. De qualquer modo, o interessado deve considerar este custo antes da contratação.

Silvio Suehiro
Silvio Suehiro possui formação em Comunicação Social - Jornalismo pela Universidade de Mogi das Cruzes (UMC). Atualmente, dedica-se à produção de textos para as áreas de economia, finanças e investimentos.
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