O mercado financeiro aumentou a estimativa para a inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). A inflação deve subir para 8,69% neste ano. Na semana passada, a projeção era de 8,59%. A nova perspectiva faz parte do Boletim Focus, divulgado pelo Banco Central nesta segunda-feira (18).
A perspectiva recente representa o vigésimo oitavo aumento consecutivo sobre a inflação para este ano. Há quatro semanas, o mercado estimava que o IPCA de 2021 chegasse a 8,35%.
Se a expectativa for confirmada, a inflação chegará ao fim deste ano acima do dobro da meta estabelecida pelo governo, de 3,75%. A meta possui uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos (2,25% a 5,25%).
Já para o IPCA de 2022, o mercado financeiro estima que o índice chegará a 4,18%. Na semana passada, a projeção para o ano que vem era de 4,17%. Este foi o décimo terceiro reajuste consecutivo para o próximo ano. Em 2022, a meta da inflação é de 3,50%, podendo oscilar de 2% a 5%.
Semanalmente, o Boletim Focus é divulgado com as projeções dos operadores do mercado sobre os principais indicadores econômicos. Os dados do último levantamento foram levantados na semana passada — com uma pesquisa com mais de 100 instituições financeiras.
Inflação atual do país
Em setembro, a inflação oficial do país, medida pelo IPCA, foi de 1,16% em setembro. Este foi o maior percentual para o mês desde 1994, segundo informações do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
No acumulado anual, a inflação chegou a 6,9%. Já ao considerar os 12 últimos meses até setembro, o patamar alcançou a marca de 10,25%. Esta foi o maior valor desde fevereiro de 2016 — quando chegou a 10,36%.
No caso da inflação de setembro, dos 9 grupos pesquisados pelo IBGE, 8 tiveram alta. O maior impacto registrado foi no grupo Habitação, com elevação de 2,56%. Neste sentido, a energia elétrica contribuiu com um aumento de 2,56%.
No mês de setembro, entrou em vigor a bandeira de escassez hídrica. Com isso, houve um acréscimo de R$ 14,20 na conta de luz a cada 100 kWh.
Estes são os resultados de setembro por grupo analisado pelo IBGE:
- Habitação (2,56%);
- Transportes (1,82%);
- Alimentação e bebidas (1,02%);
- Artigos de residência (0,9%);
- Despesas pessoais (0,56%);
- Saúde e cuidados pessoais (0,39%);
- Vestuário (0,31%);
- Educação (0,28%);
- Comunicação (0,23%).