Contra fome, militantes do MST depredam sede do agronegócio e são chamados de terroristas

Em Brasília, a sede da Associação dos Produtores de Soja do Brasil (Aprosoja) foi depredada após uma manifestação da Via Campesina. Realizada pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), na última quarta-feira, 14, o acontecimento se trata de uma demonstração sobre como o agronegócio será tratado de agora em diante.

Em publicação na rede social, o MST declarou que o ato faz parte da “Jornada Nacional da Soberania Alimentar que denuncia o agronegócio do país”.

Os manifestantes não se esqueceram de atacar o governo gerido pelo presidente Jair Bolsonaro, alegando precisarem de subsídios e investimento apropriados no setor da agricultura familiar e camponesa.

Para o MST, Bolsonaro é o culpado pela miséria e pela fome que milhares de cidadãos brasileiros têm enfrentado hoje. O ato prosseguiu com a pichação do prédio por fora e por dentro com frases pedindo a saída de Bolsonaro, “Agro é morte” e “Soja não enche o prato”.

Após a invasão pelos manifestantes, bolas de tinta foram jogadas na fachada do prédio, além de diversas faixas terem sido penduradas.

Em vídeo, o presidente da Aprosoja, Fábio Salles Meirelles Filho, alega ter presenciado o ataque por, aproximadamente, 60 pessoas e que se tratou de um ato político. Para ele, não resta dúvidas de que a manifestação do MST foi uma agressão direta ao presidente da República, em virtude das pichações no interior da sede. 

O presidente da associação ainda disse que os manifestantes agiram rápido e fugiram. O número mencionado por Meirelles foi confirmado pela Polícia Militar, e informou que a 10ª Delegacia de Polícia do Lago Sul investiga o caso como um crime de dano e associação criminosa.

O departamento de polícia enxerga a manifestação como um ato covarde e uma afronta ao Estado Democrátido de Direita, colocando em risco a integridade física de seus colaboradores e associados. 

A Via Campesina Brasil assumiu a autoria dos atos. Ela é uma organização que reúne várias entidades, entre elas o MST, o Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), além de associações de pescadores, quilombolas, entre outras.

Em nota, a entidade afirmou que já está tomando todas as providências cabíveis junto às autoridades policiais para que os responsáveis sejam identificados e responsabilizados por cada um dos crimes cometidos.

“Esta invasão covarde é uma afronta ao Estado Democrático de Direito e coloca em risco a integridade física de seus colaboradores e associados”, disse a associação.

Laura Alvarenga
Laura Alvarenga é graduada em Jornalismo pelo Centro Universitário do Triângulo em Uberlândia - MG. Iniciou a carreira na área de assessoria de comunicação, passou alguns anos trabalhando em pequenos jornais impressos locais e agora se empenha na carreira do jornalismo online através do portal FDR, onde pesquisa e produz conteúdo sobre economia, direitos sociais e finanças.