Sobem em 54% os pedidos de auxílio doença do INSS; principal causa é a COVID-19

Desde o início deste ano, a Covid-19 tem sido a principal causa do afastamento do trabalho e, por consequência, dos pedidos de auxílio doença do INSS. Até o mês de julho foram concedidos 68.014 pedidos de benefício por incapacidade temporária, o equivalente a 54,5% das liberações.

Sobem em 54% os pedidos de auxílio doença do INSS; causa é a COVID-19
Sobem em 54% os pedidos de auxílio doença do INSS; causa é a COVID-19. (Imagem: FDR)

Nota-se que houve um salto quanto à Covid-19 como causa da liberação do auxílio doença do INSS, pois no ano passado, a doença era a terceira maior motivadora da concessão deste benefício, totalizando em 37.045 liberações. No topo estavam problemas na coluna e no ombro. 

O número de liberações do auxílio doença do INSS pela Covid-19 equivale a 1,6% do total de concessões em 2020 que foi de 2.341.029. É importante explicar que o número informado no início da matéria é uma estimativa, pois até o momento, o Ministério do Trabalho e Previdência não divulgou nenhum dado oficial sobre o total de concessões do auxílio doença do INSS entre janeiro e julho de 2021. 

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Ainda assim, foi possível fazer uma análise do cronograma de benefícios liberados pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) até o momento. Veja a relação entre as doenças e os respectivos números de concessões:

Na análise de especialistas em entrevista ao G1, o número de concessões do auxílio doença do INSS em virtude de sequelas provenientes da Covid-19 deve se manter a médio prazo.

No entanto, é importante ressaltar que, assim como em casos tradicionais, este tipo de concessão do benefício por incapacidade temporária também requer a comprovação mediante laudo médico sobre a incapacidade de exercer as atividades laborais.

O auxílio doença é um benefício concedido pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) para trabalhadores acometidos por acidente ou doença que o incapacita de trabalhar.

Mas antes de realizar o pedido, é essencial que o funcionário já esteja afastado do serviço há 15 dias, os quais devem ser custeados pelo empregador. O auxílio doença do INSS tem validade somente do 16º dia em diante. 

Em casos extremos, quando as sequelas se transformarem em condições definitivas, o auxílio doença do INSS pode ser convertido em aposentadoria por invalidez. Normalmente, após um ano de concessão do benefício por incapacidade temporária.  

De acordo com o advogado previdenciário, João Badari, existem uma série de sequelas provocadas pela Covid-19. O exemplo mais comum é a dificuldade motora, como a perda da força das mãos e das pernas. Outro agravante é a perda cognitiva devido a problemas neurológicos.

Badari explica que a caracterização do direito ao recebimento do auxílio doença do INSS ou da aposentadoria por invalidez não é apenas a sequela, como também a incapacidade resultada por ela, afetando diretamente na função exercida. 

“Outros exemplos são um carteiro que perde a capacidade de respiração ou um enfermeiro que perde a mobilidade das pernas. A perícia deverá atestar que o trabalhador está incapaz de forma provisória ou permanente para exercer a sua função”, ponderou o advogado.

Laura AlvarengaLaura Alvarenga
Laura Alvarenga é graduada em Jornalismo pelo Centro Universitário do Triângulo em Uberlândia - MG. Iniciou a carreira na área de assessoria de comunicação, passou alguns anos trabalhando em pequenos jornais impressos locais e agora se empenha na carreira do jornalismo online através do portal FDR, onde pesquisa e produz conteúdo sobre economia, direitos sociais e finanças.
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