De acordo com informações do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), através de uma projeção realizada com dados do IBGE, a soma de trabalhadores que atuam como motoristas de aplicativo ou como entregadores, já está em 1,4 milhão de pessoas no país.
O relatório revela que estes profissionais representam cerca de 31% do pessoal alocado no setor de transporte, armazenagem e correios no Brasil.
De acordo com o Ipea, os números mostram uma alta de 60% na categoria em comparação com cinco anos atrás. Em 2016, a quantidade de motoristas de aplicativo no Brasil era de 840 mil. Este crescimento está ligado diretamente as dificuldades encontradas para manter um vínculo empregatício no país.
No último ano, devido a pandemia do coronavírus, aconteceu uma redução no número de profissionais atuantes na área. A situação voltou a se normalizar no início deste ano, com uma recuperação no setor de mobilidade. Atualmente, existem 1,1 milhão de trabalhadores transportando passageiros por aplicativo.
Desafios da “gig economy”
Este conceito envolve os trabalhadores autônomos que estão buscando uma flexibilização e a valorização de seus serviços. Porém, encontram obstáculos em desafios trabalhistas complexos que aparecem em situações cotidianas.
O Ipea ainda fala sobre alguns impactos que acontecerão a curto prazo, como a diminuição da renda e o crescimento da vulnerabilidade dos trabalhadores que ficam sem contar com seguro-desemprego, auxílio-doença, dentre outras garantias.
O Terra ja havia falado ao site Tecnoblog a respeito das dificuldades enfrentadas pelos motoristas de aplicativos devido a alta dos preços dos combustíveis e também de casos em que grandes companhias foram condenadas a pagar indenizações por contra das relações estabelecidas com parceiros.
Combustível consome 50% do lucro dos motoristas. Vale a pena?
Porém, a cada dia parece valer menos a pena trabalhar como motorista de aplicativo. Isto pois, 53% do lucro dos trabalhadores é gasto com combustível para trabalhar. Os combustíveis estão 32% mais caros em média neste ano, segundo dados da ANP (Associação Nacional do Petróleo).
Por conta deste aumento, os aplicativos tiveram que aumentar os valores repassados para os parceiros, prática que se iniciou entre agosto e setembro pelo País. Os reajustes variam entre 10% a 25% na 99 e de 10% a 35% na Uber, a depender da demanda, do local e do horário da corrida.