Rentabilidade da poupança e renda fixa após novo reajuste na taxa SELIC

Pontos-chave
  • Os investimentos em renda fixa devem apresentar melhor rentabilidade com alta da Selic;
  • A maior parte dos investimentos em renda fixa rendem mais do que a poupança;
  • Grande parte da renda fixa conta com rendimento líquido real negativo.

Na última quarta-feira (22), o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central anunciou aumento na taxa Selic de 6,25% ao ano. Como resultado, os investimentos corrigidos por ela passam a ter novas remunerações. Entenda quanto fica a rentabilidade da poupança e renda fixa.

Rentabilidade da poupança e renda fixa após novo reajuste na taxa Selic
Rentabilidade da poupança e renda fixa após novo reajuste na taxa Selic (Imagem: Gerd Altmann/Pixabay)

Conforme esperado pelo mercado, o Copom realizou uma nova alta na taxa Selic. Com a nova subida, a taxa básica de juros passou de 5,25% para 6,25% ao ano. Este foi o maior patamar desde julho de 2019, quando a Selic foi de 6,5% ao ano.

Essa foi a segunda elevação de 1 ponto percentual consecutiva. Além disso, essa foi a quinta alta seguida na taxa. Na próxima reunião, em outubro, os membros do Copom indicaram que haverá um novo aumento de mais 1 p.p.

A taxa Selic funciona como um instrumento do BC para controlar a inflação oficial, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). No acumulado em 12 meses, o indicador chegou a 9,68% — sendo o maior nível desde 2000.

Entre as diversas funções, a taxa básica de juros funciona como referência para a remuneração de investimentos que são corrigidos por ela. O aumento de 5,25% para 6,25% altera o rendimento de muitas aplicações, incluindo o da poupança.

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Rentabilidade da poupança e renda fixa após aumento na taxa Selic

Com relação à caderneta de poupança, a rentabilidade passará a ser de 0,36% ao mês e 4,38% ao ano, de acordo com a Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac).

Anteriormente, com a taxa Selic a 5,25% ao ano, o rendimento dessa aplicação financeira era de 0,30% ao mês e de 3,68% ao ano.

Conforme a regra atual, desde 2012, quando a Selic está abaixo de 8,5%, a correção anual da caderneta de poupança possui um limite de 70% dos juros básicos mais a Taxa Referencial (TR) — que está zerada desde 2017.

No caso da “poupança velha” — dos depósitos feitos até abril de 2012, a rentabilidade tem sido de 0,50% ao mês e 6,17% ao ano.

Via G1, o diretor executivo da Anefac, Miguel José Ribeiro de Oliveira, projeta que R$ 10 mil na poupança durante 12 meses oferece este rendimento:

No caso da poupança velha, o rendimento continua sendo de R$ 617 para cada 10 mil investidos.

Além da poupança, o aumento da taxa Selic deve causar melhora na rentabilidade de outros investimentos em renda fixa, como:

O fundador do buscador de investimentos Yubb, Bernardo Pascowitch, afirma ao G1 que a renda fixa vem ganhando cada vez mais espaço. Ele informa que já existe aplicações com rentabilidades acima de 10% ao ano na modalidade pré-fixada — o que não era observado desde 2017.

De acordo com simulações do Yubb, diante da Selic a 6,25%, o retorno líquido dos principais investimentos em renda fixa — assim como a poupança — deve seguir perdendo para a inflação. No entanto, ele reforça que o rendimento de muitas aplicações seguirá acima do da poupança.

A taxa Selic promove novas remunerações em diversos investimentos
A taxa Selic promove novas remunerações em diversos investimentos (Imagem: Joslyn Pickens/Pexels)

Projeções de rentabilidade anual

De acordo com o Levantamento Yubb, estes são as rentabilidades anuais das aplicações (descontado Imposto de Renda):

Vale destacar que a poupança nova, poupança antiga, LCA, LCI e debênture incentivada possuem isenção de Imposto de Renda

Considerando o rendimento bruto ao ano, sem o desconto do IR, esta é a rentabilidade projetada:

Por fim, este é o rendimento líquido real (descontando a inflação e Imposto de Renda):

Silvio Suehiro
Silvio Suehiro possui formação em Comunicação Social - Jornalismo pela Universidade de Mogi das Cruzes (UMC). Atualmente, dedica-se à produção de textos para as áreas de economia, finanças e investimentos.
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