- Crise hídrica do Brasil é a pior em quase um século;
- Presidente sugere meios de economizar energia;
- Valor das bandeiras tarifárias é atualizado.
O Brasil tem enfrentado a pior crise hídrica dos últimos 91 anos. A situação se agrava a cada dia que passa e quem paga a conta é o consumidor brasileiro. Conta essa que pode se prolongar até meados de 2025, de acordo com especialistas do setor de energia.
Conforme apurado, a conta de luz deve ficar 10% mais cara até o final deste ano. De certa forma, o percentual condiz com a projeção apresentada para 2022. O problema é que a crise hídrica e a consequente alta nos preços da conta de luz não está vinculado somente à falta de chuvas.
Outros pontos que também podem ser responsabilizados são:
- Geração de energia mais cara pelas termelétricas;
- O avanço do dólar;
- Alta do petróleo;
- Projeção dos índices inflacionários;
A gestão do Governo Federal diante da crise hídrica tem sido criticada por especialistas, um deles é a diretora do Instituto Ilumina, Clarice Ferraz, que em entrevista ao O Globo, lembra que o problema não surgiu repentinamente em 2021, mas é algo que vem se agravando desde o ano passado, época em que a pandemia degradou o consumo e provocou perdas para as distribuidoras.
O prejuízo está avaliado em R$ 16,1 bilhões, podendo ser parcelado em até 60 meses. A questão é que essa responsabilidade será repassada aos consumidores, através de ajustes nas bandeiras tarifárias e aumentos nas contas de luz.
Clarice reforça que, ” a situação se agravou a tal ponto que nem as termelétricas podem trazer uma situação confortável. Vamos pagar pela energia a prazo, tanto a que consumimos como a que não consumimos”.
Sistema de bandeiras tarifárias
Diante do baixo nível dos reservatórios, no mês de maio deste ano, o Governo Federal decidiu acionar o sistema de bandeiras tarifárias.
Esta taxa é cobrada a cada 100 kWh consumidos, que registrou um aumento de 241% no acumulado de quatro meses. Esta cobrança deve ser mantida até o mês de abril de 2022, época em que termina o período de chuvas.
Neste sentido, Clarice também explicou que o Brasil vai terminar o ano com um déficit de R$ 5 bilhões provenientes das bandeiras tarifárias, o que resultará em um novo aumento no mesmo sistema no ano que vem.
A previsão é para que todos estes custos sejam ressarcidos e equilibrados dentro do prazo de dois anos. Porém, quanto mais tempo levar para tomar atitudes decisivas em combate à crise hídrica, maiores serão os custos para o bolso dos consumidores brasileiros.
O sistema de bandeiras foi criado em 2015, com o objetivo de manter o consumidor brasileiro ciente sobre o consumo de energia elétrica, bem como sobre a situação por todo o país.
Cada uma das cores: verde, amarela e vermelha, indicam a gravidade e respectiva cobrança extra no valor final sinalizado ao consumidor.
A bandeira verde, por exemplo, é aplicada quando o cenário é favorável, já a amarela atua como um alerta para o início da gravidade, até atingir a cor vermelha.
De acordo com o Ministério de Minas e Energia, a criação da bandeira de emergência hídrica na conta de luz será responsável por um aumento de, em média, 6,78% no valor cobrado dos consumidores brasileiros.
Veja os percentuais cobrados na prática:
- Bandeira verde: não há cobrança extra;
- Bandeira amarela: sofre acréscimo de R$ 1,874;
- Bandeira vermelha patamar 1: R$ 3,971;
- Bandeira vermelha patamar 2: R$ 9,492;
- Bandeira de emergência hídrica: R$ 14,20.
Economia de energia
O empenho dos consumidores na economia é uma das principais maneiras de evitar o agravo da crise hídrica se cada um fizer a sua parte. Até mesmo o presidente Jair Bolsonaro enxerga resultados otimistas nesta ação.
Em transmissão ao vivo ele chegou a sugerir que as pessoas tomem banho frio para economizar energia, além de recomendar o uso das escadas evitando elevadores, reduzir a potência do ar condicionado, e desligar pontos de luz pouco utilizados.
Neste sentido, o portal FDR listou algumas ações que podem ser colocadas em prática para evitar o encarecimento da conta de luz. Veja:
- Opte por lâmpadas de LED ou fluorescentes;
- Priorize a iluminação natural;
- Insira cores claras no ambiente;
- Troque eletrodomésticos antigos;
- Retire os aparelhos eletrônicos da tomada;
- Reduza a troca de calor na geladeira;
- Economize energia durante o banho ;
- Diminua o uso do ferro de passar roupas ;
- Confira a fuga de energia da casa;
- Invista no sistema de aquecimento solar.