Com auxílio emergencial de R$ 200 proposto em 2020, como economia reagiria?

Auxílio emergencial ameniza crise econômica, mas revela inflação preocupante. Nessa semana, o Centro de Pesquisa em Macroeconomia das Desigualdades (Made), sediado na Universidade de São Paulo (FEA/USP), divulgou um estudo onde revela os impactos da covid-19 nas finanças brasileiras. De acordo com o relatório, o benefício aprovado pelo governo poderia ter mantido o PIB mais estável.

Com auxílio emergencial de R$ 200 proposto em 2020, como economia reagiria? (Foto: Sérgio Lima/Poder360)
Com auxílio emergencial de R$ 200 proposto em 2020, como economia reagiria? (Foto: Sérgio Lima/Poder360)

O auxílio emergencial foi de fato a principal medida adotada pelo governo federal para minimizar os impactos econômicos do novo coronavírus.

Em 2020, quando liberado pela primeira vez, sua parcela de R$ 600 fez com que o PIB caísse em apenas 4,1%. No entanto, se a quantia fosse de R$ 200, como sugeriu o presidente Jair Bolsonaro, haveria uma queda de 8,4%.

“Nossas simulações indicam que, com um gasto equivalente a 4,1% do PIB de 2020, o Auxílio foi responsável por evitar que nossa economia caísse entre 8,4% e 14,8% do ano passado”, explicam os responsáveis pela pesquisa.

Custo do auxílio emergencial

Segundo os relatórios desenvolvidos pela Caixa Econômica Federal, o auxílio teve um custo de R$ 293,1 bilhões, sendo ofertado para 68 milhões de pessoas em 2020. Já este ano, o programa passou a contemplar em torno de 45 milhões de segurados, com sua mensalidade reduzida em mais de 50%.

Atualmente a população recebe valores como R$ 150, R$ 250 e R$ 375, o que significa dizer que o impacto no PIB ao fim deste ano será menor.  De acordo com o Made-USP, o consumo das famílias poderia ter diminuído entre 11 e 14,7% caso o auxílio não tivesse sido pago.

É possível concluir que, apesar da magnitude elevada de nossos gastos no combate à pandemia em proporção ao PIB – entre os vinte maiores do mundo, segundo o FMI – seus impactos macroeconômicos foram substantivos. Desta forma, a interrupção abrupta do benefício pode não apenas elevar indicadores de pobreza e desigualdade, como também prejudicar nossas perspectivas de retomada econômica em 2021“, finaliza a nota.

Para ter acesso a pesquisa “Quão mais fundo poderia ter sido esse poço? Analisando o efeito estabilizador do Auxílio Emergencial em 2020” completa, clique aqui. É válido ressaltar que o auxílio emergencial permanece sendo pago até o fim de outubro.

Eduarda AndradeEduarda Andrade
Doutoranda e mestra em ciências da linguagem pela Universidade Católica de Pernambuco, formada em Jornalismo na mesma instituição. Atualmente se divide entre a coordenação de edição dos Portais da Grid Mídia e a sala de aula. - Como jornalista, trabalha com foco na produção e edição de notícias relacionadas às políticas públicas socias e economia popular. Iniciou sua trajetória no FDR há 7 anos, ainda como redatora, desde então foi se qualificando e crescendo dentro do grupo. Entre as suas atividades, é responsável pela gestão do time de redação, coordenação da edição e analista de dados.