- Lula poderá enfrentar Bolsonaro nas eleições de 2022;
- Pesquisa eleitoral indica prioridade a Lula com 47% dos votos;
- Durante oito anos de mandato, Lula criou cerca de seis programas sociais.
Mais um pleito eleitoral bate à porta, 2022 é ano de escolher um novo presidente da República. Para quem acha que as últimas eleições já causaram polêmica, uma disputa entre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o atual presidente, Jair Bolsonaro, já tem dado o que falar.
Duas campanhas extremamente opostas podem ser notadas ao analisar o histórico dos candidatos. Desde o primeiro ano de mandato, em 2003, Lula declarou priorizar as necessidades do povo brasileiro, sobretudo, da parcela mais vulnerável social e economicamente.
Em contrapartida, desde as campanhas eleitorais, Bolsonaro se posicionou como um político extremista, proferindo falas agressivas contra o povo e em nome de Deus.
Esta simples menção religiosa, ao que tudo indica, sem fundamento, foi o suficiente para fidelizar milhares de apoiadores, em particular, evangélicos, militares, empresários, e demais integrantes da classe alta da sociedade.
Popularidade de Lula
Nota-se que o público-alvo de ambos os candidatos são completamente diferentes. Conforme mencionado, o foco de Lula é na população caracterizada na condição de pobreza e extrema pobreza.
De acordo com o estudo “Perfil das despesas no Brasil: Indicadores selecionados” vinculado à Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a região Nordeste é a que concentra um maior valor populacional referente à pobreza no Brasil, o equivalente a 47%. Em seguida, vem a região Norte com 26,1% da população de baixa renda de todo o país.
São exatamente nestas regiões em que a popularidade do ex-presidente Lula se concentra. É importante ter em mente que, entre todas as regiões brasileiras, o Nordeste é o segundo maior colegiado eleitoral, cuja população gira em torno de 40 milhões de eleitores, ficando atrás somente do Nordeste.
Enquanto Bolsonaro faz de tudo para conquistar o apoio deste público, Lula investe no reforço às alianças políticas locais para alavancar o palanque nos estados nordestinos.
Apesar de Lula ainda não ter oficializado a concorrência nas eleições presidenciais de 2022, as investidas dão a entender que essa realmente é a intenção do ex-presidente.
Pesquisas eleitorais
Ao analisar uma pesquisa recente publicada pelo Datafolha, nota-se que Lula lidera a disputa à presidência da República em 2022.
Com a estimativa de 44% dos votos no primeiro turno, Bolsonaro corre o risco de perder o posto para o ex-presidente, tendo em vista que recebeu apenas 26% da aprovação do público entrevistado.
Esta pesquisa também envolve a participação de outros políticos, como o ex-ministro Ciro Gomes com 9% da aprovação; o governador do Estado de São Paulo (SP), João Doria com 4% do apoio e o ex-ministro Luiz Henrique Mandetta com 3%.
De toda forma, é preciso levar em conta o posicionamento de muitos eleitores que decidiram votar nulo, em branco ou que não votariam de maneira alguma em nenhum dos candidatos mencionados. Este público equivale a 11% do total pesquisados. Por outro lado, 2% alegaram não ter nenhum posicionamento político até o momento.
Já simulando um segundo turno, o Datafolha identificou a permanência de Lula na liderança. O ex-presidente venceria Bolsonaro com 56% dos votos a favor contra 31%.
Votos nulos, brancos ou sem candidatos consistem em 13%, enquanto aqueles que ainda não possuem posicionamento político reúnem 1% da população pesquisada.
Programas criados por Lula
Considerando que o maior eleitorado do ex-presidente são pessoas que estão na linha da pobreza, alguns problemas sociais podem explicar esse fato.
Isso porque, no decorrer de dois mandatos presidenciais que duraram oito anos, Lula foi responsável pela criação de vários programas sociais que foram desde o financiamento da casa própria, até a porta de entrada para a universidade particular.
Entre eles, estão:
- Bolsa Família – criado em 2004;
- Primeiro Emprego – criado em 2003;
- ProUni – criado em 2004;
- PAC – criado em 2007;
- Minha Casa Minha Vida – criado em 2009;
- Computador para Todos – criado em 2003.
De todos esses programas, três se destacam até hoje, o Bolsa Família, ProUni e Minha Casa Minha Vida. No entanto, dois deles foram ou estão em fase de reestruturação pelo atual governo.
É o caso do Bolsa Família que passará a se chamar Auxílio Brasil. A intenção da gestão de Bolsonaro é deixar o programa com a cara dele, elevando o valor do benefício para R$ 300 e o número de beneficiários para 17 milhões, a partir de novembro de 2021.
Já o Minha Casa Minha Vida foi substituído pelo Casa Verde e Amarela em 2020. A base do programa habitacional não foi totalmente alterada.
O propósito continua sendo o de facilitar o financiamento imobiliário para as famílias brasileiras através de moradias populares. A principal alteração se refere às faixas de renda amparadas pela iniciativa.