Diante do aumento constante da gasolina, diversas autoridades já se pronunciaram sobre possíveis culpados pela situação recente. A Petrobras, o presidente Jair Bolsonaro e impostos estão entre os fatores citados. Entenda perspectivas sobre quem tem culpa da alta no preço da gasolina.
O valor médio da gasolina apresentou alta pela sexta semana consecutiva, segundo um levantamento da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).
Na semana finalizada no dia 11 de setembro, o valor médio deste combustível aumentou de R$ 6,007 o litro para R$ 6,059 o litro. Ao considerar todos os postos pesquisados pela agência, o preço máximo chegou a R$ 7,185 o litro.
Quem tem culpa da alta no preço da gasolina?
O preço da gasolina comum é composto por cinco itens, de acordo com a Petrobras. São estes: preço exercido pela Petrobras nas refinarias, tributos federais (Cide e PIS/Pasep e Cofins), imposto estadual (ICMS), custo de distribuição e revenda, e custo do etanol anidro.
Entre os dias 29 de agosto e 4 de setembro, cada item representa do preço estes percentuais:
- Realização Petrobras — 33,8%
- ICMS — 27,8%
- Custo etanol anidro — 17,2%
- Cide e PIS/Pasep e Cofins — 11,4%
- Distribuição e Revenda — 9,8%
Ao UOL, a pesquisadora do Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis, ligado à Federação Única dos Petroleiros (Ineep), entende que a parte mais importante da elevação nos valores ao consumidor está relacionadas aos aumentos promovidos pela Petrobras.
Ela afirma que os reajustes são um efeito da política de preços da estatal, adotada em 2016. Os preços praticados no Brasil são vinculados ao valor do barril de petróleo no mercado internacional — cobrado em dólares. Por conta do dólar alto, os valores no Brasil também elevam.
O analista da consultoria Tendências, Walter de Vitto, ao G1, alega que o principal responsável para a elevação do preço é o câmbio, “de longe”. Ele argumenta que o petróleo já teve um valor acima do atual e, mesmo assim, não tinha um custo igual o registrado recentemente.
Como fatores para impactar o câmbio, ele cita a questão fiscal e a política. Os investidores têm apresentado incertezas relacionadas ao rumo da política econômica do governo atual.
Outro item com grande participação no preço total da gasolina é o imposto estadual ICMS. A alíquota difere entre os estados. Contudo, as alíquotas não tiveram alta, mas o preço pago pelos consumidores sim.
De fevereiro a agosto, mesmo que o preço pago em ICMS tenha aumentado, a participação do imposto no valor total da gasolina diminuiu. Segundo a Petrobras, em fevereiro, o ICMS representava 29% de todo o preço pago na bomba. Já entre 29 de agosto e 4 de setembro, o percentual foi de 27,8%.