Considerando a gravidade contínua da pandemia da Covid-19 no Brasil, o Governo Federal decidiu criar uma nova etapa na campanha de vacinação com a aplicação de uma terceira dose da vacina. A chegada da variante Delta em território brasileiro foi outro fator relevante para esta decisão.
No entanto, a escolha sobre o imunizante que será utilizado na aplicação da terceira dose tem causado divergências. Apesar da CoronaVac ter sido alvo de estudo realizado em parceria com a Universidade de Oxford, o qual está em análise no momento, outras vacinas também têm sido cogitadas, como a AstraZeneca e Pfizer.
As chances da CoronaVac ser usada para a vacinação com a terceira dose são baixas. Isso porque, a recomendação do Ministério da Saúde é para que os estados e municípios usem a Pfizer para o reforço vacinal.
A escolha por este imunizante se deve pela eficácia comprovada a longo prazo junto ao lote expressivo de doses que o Brasil deve receber em um futuro próximo.
A previsão é para que mais de 170 milhões de vacinas da Pfizer sejam entregues ao Brasil até o final deste mês. Em justificativa sobre a grande aquisição, o Ministério da Saúde, alegou que a Pfizer tem apresentado resultados positivos em estudos sobre a necessidade e eficácia da terceira dose.
No entanto, a Pfizer também não será exclusiva na vacinação de reforço contra a Covid-19, pois existe a possibilidade de fazer combinações entre a AstraZeneca e a Janssen.
De acordo com a Secretaria Extraordinária de Enfrentamento à Covid-19 do Ministério da Saúde, o sistema imunológico responde melhor às duas primeiras doses da CoronaVac são combinadas a uma terceira dose de outra vacina.
“Um estudo em modelo animal avaliou o emprego da terceira dose com reforço homólogo ou heterólogo, tendo sido observada maior resposta imune com os esquemas heterólogos (reforço com vacina de vetor viral ou RNA mensageiro)”, declarou a pasta em nota.
Em contrapartida, o presidente do Instituto Butantan, Dimas Covas, ponderou que a exclusão da CoronaVac se trata de uma questão política e não técnica.
Ele ainda completou que o respectivo imunizante pode gerar uma eficácia em até cinco vezes maior quanto ao estímulo dos anticorpos. Portanto, para o representante do instituto, foi uma escolha pessoal do ministro da Saúde.
O estado de São Paulo, que já lançou seu calendário para a 3ª dose da vacina, não excluiu o uso do imunizante Coronavac. Embora essa não seja a recomendação do governo federal.