Quais os possíveis riscos da terceirização das questões do ENEM?

Documento recente recebido pelos servidores do INEP sugere uma terceirização no banco responsável pelas questões do ENEM. O Brasil já enfrentou problemas quanto a segurança da prova e esse pode ser mais um.

Quais os possíveis riscos da terceirização das questões do ENEM?
Quais os possíveis riscos da terceirização das questões do ENEM? (Imagem/Divulgação: INEP)

Um documento recebido por alguns servidores e assinado pelo chefe da Diretoria de Avaliações da Educação Básica (Daeb), Anderson Soares Oliveira, solicita um estudo de viabilidade para a terceirização do Banco Nacional de Itens (BNI). Vale lembrar que o pedido inicial partiu do presidente do INEP, Danilo Dupas.

O que significa terceirização das questões do ENEM?

Atualmente, a prova do Exame Nacional do Ensino Médio é feita com questões do Banco Nacional de Itens (BNI), que, por sua vez, conta com o trabalho dos colaboradores de itens.

São eles os responsáveis pela criação das questões que são usadas no exame e não só no ENEM, mas em diversos outras provas, como ENCCEJA.

“Educadores e pesquisadores da educação brasileira são chamados a colaborar nessa construção, elaborando itens que possam fazer parte desse banco”, informa o Governo Federal.

Nesse sentido, todos os anos são feitas seleções para novos colaboradores, o que torna o processo de elaboração de itens mais atual.

A terceirização das questões do ENEM pode ser um risco?

De acordo com os próprios servidores do INEP a resposta é sim, a terceirização pode ser ruim para a elaboração do exame, entenda melhor:

A terceirização das questões pode facilitar a interferência de terceiros na elaboração da prova. Vale lembrar que o exame sempre abordou os mais variados temas, no entanto, em diversos momentos do governo atual houve uma tentativa de interferência no processo.

Por exemplo, em 2019 foi pedida a troca do termo “ditadura militar” por “regime militar”.

No mesmo período outros 66 itens foram excluídos do banco, o Ministro da Educação inclusive já afirmou que deseja participar da elaboração do exame e que questões de “cunho ideológico” deveriam ser retiradas das provas.

Além disso, o Brasil já lidou com um vazamento de provas, em 2009, o que atrapalhou totalmente o desenvolvimento do exame, ou seja, existe também um risco quanto a segurança da prova.

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Jamille Novaes
Baiana, formada em Letras Vernáculas pela UESB, pós-graduada em Gestão da Educação pela Uninassau. Apaixonada por produção textual, já trabalhou como corretora de redação, professora de língua portuguesa e literatura. Atualmente se dedica ao FDR e a sua segunda graduação.