Vacinação em crianças deve atrasar após Anvisa recusar uso da Coronavac

Em resposta a um pedido feito pelo Instituto Butantan, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) decidiu recusar a vacinação em crianças na faixa etária de 3 a 11 anos com a CoronaVac. A solicitação também incluía os adolescentes com idade entre 12 e 17 anos, que já começaram a ser imunizados em algumas cidades. 

Vacinação em crianças deve atrasar após Anvisa recusar uso da Coronavac
Vacinação em crianças deve atrasar após Anvisa recusar uso da Coronavac. (Imagem: ACidadeON)

A aplicação da vacina em adultos em situações de emergência já foi autorizada no início deste ano. Mas acredita-se que o motivador da vacinação de crianças com a CoronaVac tenha sido as ações executadas na China, que tem direcionado o imunizante para este público após estudos que indicam a sua segurança e eficácia.

A relatora do processo, a diretora da Segunda Diretoria da Anvisa, Meiruze Freitas, negou a vacinação de crianças com a CoronaVac e recomendou o reforço vacinal com uma terceira dose da vacina contra a Covid-19.

Mas enquanto os estudos sobre a viabilidade desta terceira dose não são concluídos ela reforça a importância da CoronaVac continuar sendo aplicada nos adultos. Tendo em vista a importância que ela teve no início da campanha de imunização. 

No entanto, a diretora não descartou esta alternativa completamente. Ela requereu ao Instituto Butantan o envio de dados complementares capazes de comprovar a eficácia da CoronaVac em um novo cronograma que poderá ser estabelecido. 

Além do mais, sugeriu ao Ministério da Saúde o uso da CoronaVac no reforço vacinal com a terceira dose para quem já recebeu as duas primeiras doses desse imunizante. Nesta circunstância, a prioridade seria dada aos idosos acima de 80 anos e imunossuprimidos.

Em complemento ao parecer dado ao Instituto Butantan, o gerente da Gerência Geral de Medicamentos e Produtos Biológicos (GGMED) da Anvisa, ressaltou que ambos os estudos feitos pelo instituto não foram o suficiente para apontar a eficácia e a durabilidade desse imunizante.

Portanto, não há informações consistentes para iniciar, por hora, a vacinação de crianças, principalmente aquelas com alguma comorbidade ou imunossuprimidas. 

Em nota sobre o pedido de ampliação na vacinação para junto a crianças e adolescentes, o Instituto Butatan, declarou que: “Os dados do estudo de  imunogenicidade da CoronaVac ainda não foram entregues na sua totalidade à Anvisa por conta de divergências no método de análise”.

Portanto, enquanto não há um consenso baseado em comprovações científicas quanto à vacinação de crianças com a CoronaVac, os adolescentes permanecem sendo imunizados com a vacina Pfizer. Este é o único imunizante autorizado pela Anvisa para a proteção do público com idade entre 12 a 17 anos.

Laura Alvarenga
Laura Alvarenga é graduada em Jornalismo pelo Centro Universitário do Triângulo em Uberlândia - MG. Iniciou a carreira na área de assessoria de comunicação, passou alguns anos trabalhando em pequenos jornais impressos locais e agora se empenha na carreira do jornalismo online através do portal FDR, onde pesquisa e produz conteúdo sobre economia, direitos sociais e finanças.