Após a retirada de tropas dos Estados Unidos, o grupo extremista Talibã assumiu o controle da capital do Afeganistão, Cabul. Diante do cenário que Talibã volta ao Afeganistão, potenciais ocidentais indicaram não reconhecer este governo. Contudo, a China tem demonstrado mais abertura com o grupo.
Nesta segunda-feira (16), a China informou que dialogará com o grupo Talibã. O país asiático afirmou que deseja manter “relações amistosas” com este grupo. A porta-voz da diplomacia chinesa, Hua Chunying, revelou que “os talibãs indicaram várias vezes a esperança de desenvolver boas relações com a China”.
Além disso, a porta-voz destacou que a embaixada chinesa em Cabul seguirá funcionando normalmente. Esse contato amistoso entre as duas partes já foi visto anteriormente.
Em julho deste ano, o ministro de relações internacionais da China, Wang Yi, teve um encontro com a comissão de assuntos externos do Talibã — liderada por Abdul Ghani Baradar —, na cidade de Tianjin.
A China e o Afeganistão são países geograficamente próximos. As fronteiras possuem distância de 76 quilômetros.
Possível ganho da China diante da volta do Talibã ao Afeganistão
De acordo com o site Exame, o Afeganistão conta com uma mega reserva de minérios. A avaliação é de 1 a 3 trilhões de dólares. Em 2008, a China havia fechado um contrato para explorar cobre no país.
Em 2013, o consórcio da China responsável pelo projeto tentou uma renegociação da concessão. No entanto, o governo afegão teve postura negativa.
Embaixo das reservas, há um templo budista — que é considerado uma relíquia arqueológica. Por conta disso, houve preocupação com a potencial destruição do local. Como resultado, as obras foram suspensas.
Em 2016, o Talibã anunciou a oferta de um sinal positivo para a China explorar as reservas de cobre. Contudo, o grupo extremista não ocupava o poder central, e o anúncio não teve tanta relevância. Assim, diante do avanço dos talibãs, o cenário pode mudar.
Talibã volta ao Afeganistão
Desde 2001, após os atentados terroristas de 11 de setembro, os Estados Unidos passaram a ocupar o Afeganistão. Assim, o Talibã foi retirado do poder. No período anterior a isso, esse grupo extremista estava a frente do país por cinco anos.
Em fevereiro de 2020, o então presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou um acordo de paz com o grupo. A ação previa a retirada das tropas militares até abril deste ano. O atual governante, Joe Biden seguiu com o acordo, e postergou a saída militar para o fim deste mês.
No entanto, diante do cenário de retirada de grande parte das forças lideradas pelo país norte-americano em julho, o grupo extremista teve rápido avanço pelo Afeganistão.