Itaú Unibanco saí da administração da XP Investimentos após aprovação do BC

Nesta terça, 27, o Banco Central comunicou em nota, a aprovação da operação de transferência de ações da XP Inc., de titularidade do Itaú Unibanco S/A para a XPart, uma nova empresa pertencente ao grupo Itaú com sede nos EUA, porém que não faz parte do conglomerado bancário.

Itaú Unibanco saí da administração da XP Investimentos após aprovação do BC
Itaú Unibanco saí da administração da XP Investimentos após aprovação do BC (Imagem: Reprodução Metrópoles)

O conglomerado bancário do Itaú Unibanco, deixará na prática, de integrar a administração da XP Inc, empresa listada na Bolsa americana Nasdaq e que comanda a XP Investimentos. 

Agora com a aprovação do Banco Central, a XPart irá se tornar integrante do acordo de acionistas realizado anteriormente com a XP, “com os mesmos direitos e obrigações atribuídos até então ao Itaú Unibanco, de modo que o conglomerado bancário do Itaú Unibanco deixa de participar da administração da XP”, destacou o BC.

Por conta das alterações, as obrigações destacadas na Seção VIII do Voto nº 169/2018-BCB, voto que tem relação com o Acordo em Controle de Concentração (ACC) firmado em agosto de 2018 para permitir a participação do Itaú Unibanco na XP, tiveram sua vigência encerrada.

“Esse encerramento ocorreu porque o ACC previa que as obrigações nele elencadas, com prazo de vigência de oito a quinze anos, perdurariam enquanto as Compromissárias Itaú Unibanco detivessem, direta ou indiretamente, 15% ou mais do capital social da XP Investimentos S/A (referência que se estende, atualmente, à XP Inc.)”, disse o Banco Central.

Relações estremecidas

Em 2018, a entrada do Itaú Unibanco na XP Investimentos foi anunciada como um dos maiores negócios do setor financeiro, porém, originou disputas e enfrentamentos públicos ao longo dos últimos anos.

A maior instituição da America Latina virou sócia da corretora de Guilherme Benchimol ao adquirir 49,9% da empresa. Na época, a operação foi considerada como um movimento de proteção contra a emergência de plataformas de investimentos digitais e com estratégia corajosa de captação de clientes. O negócio se tornou um dos investimentos mais rentáveis da história do Itaú.

A relação com a XP ficou estremecida após uma campanha publicitária na qual o Itaú tecia críticas a um dos pilares do negócio da corretora: a distribuição via agentes autônomos.

Em resposta, a XP afirmou que seu mais importante concorrente são os grandes bancos que concentram a maio parte dos investimentos dos brasileiros.

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Paulo Amorim
Paulo Henrique Oliveira é formado em Jornalismo pela Universidade Mogi das Cruzes e em Rádio e TV pela Universidade Bandeirante de São Paulo. Atua como redator do portal FDR, onde já cumula vasta experiência e pesquisas, produzindo matérias sobre economia, finanças e investimentos.