No dia 17, o ministro da Economia, Paulo Guedes afirmou que o governo vai estudar formas de direcionar alimentos desperdiçados pelas famílias brasileiras para os programas sociais. Incluindo o Bolsa Família, que está em processo de reformulação.
O governo quer aumentar o número de famílias beneficiadas e o valor pago no programa social, que deve mudar de nome. No início da semana, o presidente Jair Bolsonaro falou em pagar R$ 300 mensais, hoje o valor máximo é R$ 190.
“Pode ser parte desse programa que vamos lançar (…). É a gente justamente facilitar essa conexão entre as políticas sociais, de um lado, e o desperdício que ocorre do outro”, disse Guedes.
Guedes sugere a criação de um incentivo para intermediar o que seria jogado fora aos programas sociais. “Como se fossem postos de atendimento, para que isso possa ser endereçado aos mais necessitados”, completou.
Quanto alimento é desperdiçado no Brasil?
No ano de 2019, o Jornal Nacional apontou em uma reportagem que cada brasileiro manda para o lixo mais de 41 quilos de comida por ano.
Sendo assim, uma família com cerca de 3 moradores, esse volume chega perto dos 130 quilos por ano. O país descarta, por ano, quase 37 milhões de toneladas de lixo orgânico, basicamente restos de alimentos. Isso é quase 50% de todo o lixo recolhido no país.
“Você vê um prato de um [cidadão] classe média europeu, que já enfrentou duas guerras mundiais, são pratos relativamente pequenos. E os nossos aqui, fazemos almoços onde às vezes há uma sobra enorme. E isso vai até o final, que é a refeição da classe média alta. Até lá, há excessos”, disse o ministro da Economia.
De acordo Guedes, um grupo interministerial será formado com as pastas de Cidadania e de Agricultura para debater o tema. O ministro não informou data para o anúncio de uma proposta final.
O que já está sendo feito?
No ano de 2020, o presidente Bolsonaro sancionou um projeto que autoriza estabelecimentos como bares e restaurantes a doarem refeições ou alimentos prontos que não forem vendidos.
A proposta vale desde que os itens ainda estejam próprios para o consumo, e a punição só ocorrerá se ficar comprovado que algo estragado foi doado de forma intencional.