SELIC bate 4,25%: Veja no que investir e o que muda nos seus rendimentos

Pontos-chave
  • Taxa Selic impacta os rendimentos em renda fixa;
  • Poupança passa a ter rentabilidade pouco maior com a alta da Selic;
  • Rendimentos em renda variável seguem atrativos.

Nesta quarta-feira (16), o Comitê de Política Monetária (Copom) aumentou a taxa Selic pela terceira vez consecutiva. Com a mudança, a Selic bate 4,25%, o que representa um acréscimo de 0,75 ponto percentual. Esta elevação também impacta os investimentos. Entenda os desdobramentos desta mudança.

Selic bate 4,25%: Veja no que investir e o que muda nos seus rendimentos
Selic bate 4,25%: Veja no que investir e o que muda nos seus rendimentos (Imagem: Marcello Casal Jr/Agência Brasil)

Em uma perspectiva futura, o Copom do Banco Central apontou que o ajuste total da taxa Selic será maior do que o esperado inicialmente. Segundo o último boletim Focus, há a expectativa de que o Selic termine este ano em 6,25%. O aumento recente confirma as expectativas do mercado.

O aumento da taxa Selic tem sido um instrumento adotado pelo Banco Central para reduzir o consumo e aumentar o crédito. Com isso, a autoridade monetária visa desacelerar a inflação.

A taxa básica de juros ainda funciona como base para os investimentos em renda fixa. Grande parte destas aplicações acompanham a variação da taxa básica de juros.

Simule o rendimento da sua poupança com base na taxa Selic, por aqui!

Selic bate 4,25%: perspectiva da poupança

Com a alta da Selic, a aplicação financeira mais popular do Brasil, a poupança, passa a render um pouco mais. A rentabilidade passa a ser de 0,25% ao mês e 2,98% ao ano, conforme cálculos da Associação Nacional dos Executivos de Finanças Administração e Contabilidade (Anefac), informado pelo G1.

Apesar deste aumento, a poupança segue perdendo para a inflação. Esta modalidade registra queda no poder de compra há 9 meses seguidos.

Pela regra em vigor, caso a taxa básica esteja abaixo de 8,5%, a correção anual da caderneta de poupança se limita a um percentual igual a 70% dos juros básicos mais a Taxa Referencial (TR).

Conforme simulações do diretor executivo da Anefac, Miguel José Ribeiro de Oliveira, em um cenário de rendimento de R$ 10 mil na poupança em 12 meses, o rendimento será de R$ 298 —totalizando R$ 10.298.

No caso dos depósitos feitos até abril de 2012, seguem rendendo 0,50% ao mês e 6,17% ao ano.

GUIA (super) BÁSICO pra começar a investir com POUCO DINHEIRO!

Considerações sobre outras aplicações em renda fixa

Segundo informado, o aumento da taxa Selic também tenda a melhorar a rentabilidade de outros investimentos em renda fixa.

Com exemplo, estão os investimentos em títulos públicos, vendidos por meio do Tesouro Direto, também são indicados o Certificado de Depósito Bancário (CDB), Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI), do Agronegócio (CRA), Letras de Crédito Imobiliário (CDB) e do Agronegócio (LCA).

Mesmo com a perda da poupança para a inflação, a Anefac indica que a modalidade se destacará, por exemplo, em comparação aos fundos de renda fixa — principalmente sobre os que contam com taxas de administração acima de 1% ao ano.

A Anefac ainda destaca que os rendimentos da caderneta de poupança não possuem cobrança de imposto de renda e taxas de administração.

Por exemplo, em uma aplicação no CDB, seria preciso ter uma taxa de juros próximo a 85% do CDI para obter a mesma rentabilidade líquida da poupança.

Neste cenário do CDB, há pagamento de IR conforme o prazo de resgate da aplicação.

Rendimentos de referências de aplicações em renda fixa

O InvestNews, por meio de um levantamento realizado pelo economista Samy Dama, informou como ficam as principais referências de aplicações de renda fixa com a Selic em 4,25%. Os resultados são:

O boletim Focus projeta que a taxa Selic termine o ano em 6,25%
O boletim Focus projeta que a taxa Selic termine o ano em 6,25% (Imagem: Burak K/Pexels)

Perspectiva da renda variável

De acordo com o InvestNews, por meio de agentes do mercado, os juros acima de 4% não devem afastar os investidores da renda variável. O entendimento é de que este cenário deixa os investimentos em bolsa ainda mais convidativos, para o sócio da Rio Gestão, André Querne.

Ele alega que no médio e longo prazo o que impacta na bolsa não é a inflação. Querne explica que o impacto tem relação com a retomada econômica — decorrente do avanço da vacinação e reabertura de comércios.

O analista-chefe do TC Matrix, Hugo Queiroz, afirma que pela curva de juros longos, o patamar ainda é baixo. Para que haja mudança do cenário, ele entende que será preciso ter uma taxa de juros acima de 10% ao ano. Contudo, abaixo de dois dígitos, Queiroz indica que a renda variável segue forte.

Diante dos juros maiores do que 4%, os bancos e seguradoras são os principais beneficiados. Isto ocorre devido ao aumento no custo de crédito e spread bancário.

Ele também acredita em oportunidade em setores cíclicos da economia doméstica — como construção civil, varejo, financeiro e commodities que estão muito descontadas.

YouTube video player
Silvio SuehiroSilvio Suehiro
Silvio Suehiro possui formação em Comunicação Social - Jornalismo pela Universidade de Mogi das Cruzes (UMC). Atualmente, dedica-se à produção de textos para as áreas de economia, finanças e investimentos.
Sair da versão mobile